Campo Grande (MS) – O atendimento oferecido pela estrutura da saúde no enfrentamento da dependência química é uma preocupação do Ministério, segundo garantiu hoje (2) na Capital o secretário nacional de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães. Durante palestra no 2º Congresso de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso do Sul ele anunciou que uma série de ações que serão desenvolvidas para fortalecer os serviços existentes e organizar a estrutura de forma integrada.
Um dos trabalhos imediatos é o mapeamento e diagnóstico da real situação dos Centros de Atendimento Psicossocial (CAPs), para que essa estrutura passe a funcionar em rede. A partir da avaliação vai ser elaborado um Plano de Ação.
Para o secretário, no campo da saúde mental há situações diversas, e as particularidades requerem atenção específica. “O problema da dependência química, o problema do crack e as outras questões da saúde mental são tão diversas, tão diferentes que exigem respostas diferentes. O mesmo paciente, o mesmo problema, tem respostas diferentes. Tomamos a decisão de lançar mão de tudo, com cuidado, com regulação”, afirmou o representante do Ministério da Saúde. Um exemplo da ideia de organização que deve ser implantada é a forma de atuação das chamadas comunidades terapêuticas. “As comunidades terapêuticas são uma resposta mágica, totalitária? Não. Mas são parte da resposta. Elas têm um papel, então, têm que ter regulação, têm que ter lógica pública, tem que ter porta de entrada autorizadora pelo poder público”.
Uma das frentes de ação é a reformulação dos Centros de Atendimento Psicossocial (CAPs). Para isso, a Secretaria de Atenção à Saúde vai fazer visitas e diagnósticos nos CAPs em todas as capitais. A agenda das visitas a Mato Grosso do Sul acontece entre 6 e 8 de março. “Temos que mapear cada um, definir a questão de tornar os CAPs Álcool e Droga [CAPS AD) 24 horas – porque, afinal, a dependência não tem hora – ou acoplá-los a prontos-socorros, enfim, vamos fazer um esforço nacional”, explicou o secretário Helvécio Magalhães.
“Outra prioridade é tratar os dependentes químicos, com leitos de retaguarda, leitos para desintoxicação, leitos de longo internamento. Queremos criar o dispositivo de uma casa de acolhimento de alguns meses como moradia enquanto ele faz o tratamento. Estamos propondo a questão de equipes nas ruas abordando. Estamos propondo também a questão da reinserção social, da prevenção com educação, e o trabalho das comunidades terapêuticas com qualidade e regulação”, elencou o secretário.
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Quem acredita? Nós que estamos na ponta convivendo com o sofrimento das pessoas, usuários e familiares? Quando o secretário Helvécio fala "dos outros problemas da saúde mental", além da dependência química, estará falando dos "loucos genuínos"? Da ideação suicida? Do estigma e da discriminação das pessoas reabilitadas, com sintomas estabilizados que não conseguem trabalho, que não tem prioridades especiais ao acesso a moradia, educação ou a quaisquer outra política pública?
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