Existe uma Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde e sua regional daqui, Rede Estadual de Cultos Afro- Brasileiros e Saúde do Piauí,presidida pelo nosso querido Rondinele dos Santos e a simpática Eufrazina Aurélio, ambos pai e mãe de santos ou sacerdotes. Antropologicamente se me permitem prefiro a idéia amparadora, paterna e materna a sacerdotes e sacerdotisas. Mas é campo restrito para mim, que sei pouco Antropologia.
Este post é mais uma vez para chamar atenção para o "esquecimento" das temáticas da saúde mental que nunca estão em pauta em espaços mais que propícios como a abordagem da saúde das comunidades dos terreiros. Discute-se DST/AIDS, hanseaníse, hepatites e outras doenças não menos graves e importantes. Mas fica a interrogação: As comunidades de terreiros, descendentes na sua maioria de escravos africanos, negros e mestiços, comunidades muitas vezes expostas a riscos e vulnerabilidades sociais impostos pela má divisão de renda brasileira, não tem nem depressão leve? Ou a pessoa que vive com transtorno mental também é excluída destes espaços?
No Guia para promoção da saúde nos terreiros/ Atagbá de 2005, publicação com bastante apoios institucionais e prefaciado pelo piauiense José Ivo Pedrosa, do Ministério da Saúde seus autores dão orientações gerais sobre saúde, cuidados no terreiro, a relação com o srituais, rede SUS, dão passos como realizar oficinas sobre vários temas de saúde, menos e nenhum sobre saúde mental. Ora, nós que trabalhamos com saúde comunitária sabemos que os terreiros são recursos de saúde de forte apelo, principalmente na crise mental aguda, na persistência dos sintomas, algumas famílias, usuários em seu desespero adentram o terreiro. O que tem para eles? Numa incidência cada vez maior de acometimentos por depressão preconizados por dados da OMS, transtornos por uso abusivo de substâncias, grande preocupação da política de saúde mental brasileira no momento. É lamentável a vitória do estigma!
Termino como termina o tal guia com fragmentos da Carta de Recife, resultado do III Seminário Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde em 2004."Para os adeptos das religiões afro-brasileiras o corpo é morada dos deuses/deusas, e por isso merece atenção especial no que diz respeito a saúde, possibilitando que voduns, inkices, orixás, mestres/mestras, caboclos, pretos-velhos e encantados possam manter a sintonia com conosco [...] O saber do terreiro propõe uma forma de lidar com a saúde que tem como finalidade o equilíbrio do corpo, através do fortalecimento da energia vital [...]. Pagina 28.
Continuo a interrogar com base no parágrafo acima. E a cabeça não faz parte do corpo? A mente fica onde? Os comunistas não comiam criancinhas, agora sabemos. As pessoas que têm preconceitos contra as religões de matriz africana fiquem felizes, os espiritos, os encantados, os orixás não querem saber dos loucos. Eu particulamente acho uma pena, os terreiros tem um grande potencial de práticas terapêuticas complementares para diversas enfermidades e esta rede que tem promovido ações de inclusão social.
Link do ASPAJA que recentemente promoveu eventos relativos a saúde das comunidades de terreiro em Teresina.
http://aspaja.blogspot.com
Este post é mais uma vez para chamar atenção para o "esquecimento" das temáticas da saúde mental que nunca estão em pauta em espaços mais que propícios como a abordagem da saúde das comunidades dos terreiros. Discute-se DST/AIDS, hanseaníse, hepatites e outras doenças não menos graves e importantes. Mas fica a interrogação: As comunidades de terreiros, descendentes na sua maioria de escravos africanos, negros e mestiços, comunidades muitas vezes expostas a riscos e vulnerabilidades sociais impostos pela má divisão de renda brasileira, não tem nem depressão leve? Ou a pessoa que vive com transtorno mental também é excluída destes espaços?
No Guia para promoção da saúde nos terreiros/ Atagbá de 2005, publicação com bastante apoios institucionais e prefaciado pelo piauiense José Ivo Pedrosa, do Ministério da Saúde seus autores dão orientações gerais sobre saúde, cuidados no terreiro, a relação com o srituais, rede SUS, dão passos como realizar oficinas sobre vários temas de saúde, menos e nenhum sobre saúde mental. Ora, nós que trabalhamos com saúde comunitária sabemos que os terreiros são recursos de saúde de forte apelo, principalmente na crise mental aguda, na persistência dos sintomas, algumas famílias, usuários em seu desespero adentram o terreiro. O que tem para eles? Numa incidência cada vez maior de acometimentos por depressão preconizados por dados da OMS, transtornos por uso abusivo de substâncias, grande preocupação da política de saúde mental brasileira no momento. É lamentável a vitória do estigma!
Termino como termina o tal guia com fragmentos da Carta de Recife, resultado do III Seminário Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde em 2004."Para os adeptos das religiões afro-brasileiras o corpo é morada dos deuses/deusas, e por isso merece atenção especial no que diz respeito a saúde, possibilitando que voduns, inkices, orixás, mestres/mestras, caboclos, pretos-velhos e encantados possam manter a sintonia com conosco [...] O saber do terreiro propõe uma forma de lidar com a saúde que tem como finalidade o equilíbrio do corpo, através do fortalecimento da energia vital [...]. Pagina 28.
Continuo a interrogar com base no parágrafo acima. E a cabeça não faz parte do corpo? A mente fica onde? Os comunistas não comiam criancinhas, agora sabemos. As pessoas que têm preconceitos contra as religões de matriz africana fiquem felizes, os espiritos, os encantados, os orixás não querem saber dos loucos. Eu particulamente acho uma pena, os terreiros tem um grande potencial de práticas terapêuticas complementares para diversas enfermidades e esta rede que tem promovido ações de inclusão social.
Link do ASPAJA que recentemente promoveu eventos relativos a saúde das comunidades de terreiro em Teresina.
http://aspaja.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário