As práticas integrativas e complementares como a acupuntura ou o ativismo em saúde mental salvam a minha vida, resiliência, minha sobrevida de saúde psíquica, diria até afetiva, pelo número de amigos que faço e amor que também recebo das pessoas que depois dos sofrimentos me dão aquele sorriso satisfeito de quem venceu mais uma etapa da vida ou está vencendo.
Assim é que me despedi dos "meninos" de Parnaíba, no HGV às 19:00h , André de 24 anos e seu irmão Patricio de 27, usuário do CAPS de Parnáiba, experiência de rua, cirurgiado do intestino, com muitos pontos na barriga e de fraudas. Liguei mais tarde para confirmar a saída de ambulância, como o meio de transporte mais eficaz de removê-lo, estavam já perto de Piripiri.
André o acompanhante sofrido, sorria feliz e o pequeno e magro Patricio com aqueles olhos dos que vivem como o Chapeleiro Maluco ou o Louco que só o Cebolinha vê me pede farinha. Acreditando em "restos" de subjetividade por trás de quem há anos vive com trantorno mental, somente agora usando medicação, aviso-lhe que não é aconselhável por causa da natureza da sua cirurgia comer farinha. Terá que esperar algum tempo, alguns meses. Bracinhos presos à cama numa posição mais confortável apreendida pelo irmão, me enfrenta agora com um olhar teimoso.
O apoio e o suporte do Ninho em parceria com Deusa Fernandes da Gerência de Saúde Mental do Estado foram fundamentais para amenizar o sofrimento destes jovens numa cidade desconhecida, confinados em ambiente hospitalar, passaram 12 dias no hospital do Buenos Aires, 24 horas no HAA e finalmente os dias finais para a intervenção cirurgica no HGV, Patricio devidamente medicado psicotropicamente. É isso. Solidariedade deve unir as redes intersetoriais na área da saúde mental.
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