quarta-feira, 1 de julho de 2009

TRANSTORNO MENTAL NA ESCOLA: Exclusão absoluta I

FALTA PREPARO PARA SABER LIDAR COM O PROBLEMA NAS ESCOLAS

Direção, parofessores e servidores nem sempre estão preparados para lidarem com o problema da violência. Na Escola Municipal Machado de Assis, no Bairro Renascença II aconteceu um fato curioso. Uma criança de oito anos com as iniciais de F.M.B.O., que é hiperativa, foi agredida pela sua professora do segundo ano de alfabetização. Segundo relatos da Direção da escola, a criança não gostava de assistir aulas e quando frequentava quebrava as coisas, derrubava colegas e xingava-os com palavrões. Era uma criança bastante agressiva, gritava com todos e foi pego várias vezes querendo pular o muro para sair.
Em uma destas tentativas a professora agarrou seu braço e acabou por ferí-lo. A vice-diretora, Graça Sousa, disse que pediu ajuda para a mãe da criança muitas vezes, mas quando ela apareceu uma vez na escola foi cometendo um ato de violência com o filho, "acabou por pasar um mal exemplo para os outros", informou a vice-diretora. Ela também relatou que o menino estava num período de adaptação da escola nova, porque veio transferido no segundo semestre.
A professora Sirley do Nascimento, 29 anos, tentou por diversas vezes passar bons exemplos de comportamento para ele, mas o mesmo era bastante indisciplinado. No processo pedagógico de alfabetização, ele não acompanhava, rasgando as tarefas e dizia que não iria estudar, porque queria ser carroceiro. Quando o fato ocorreu, ligaram para a mãe e quando ela chegou provocou transtornos, sendo que ameaçou chamar a polícia para a professora.
Já a mãe do aluno Miriam Augusto Leão, doméstica, disse que na outra escola que ele estudava ele era bem tratado pela pedagoga, tinha uma professora da Associação dos Amigos dos Autista -AMA.
DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ, página 11 (Geral)
13 de outubro de 2008
A mãe já sofreu várias internações integrais no HAA e MEDUNA, pilota motos e dirige caminhões. A professora citada por ela sou eu, ela quis dizer AMIGO NO NINHO. F. M. é uma criança brilhante, constrói brinquedos que se movem a partir de uma pilha, bateria, de ventiladores a pequenos barcos a motor e outras engenhocas. Tem paixão por descobrir coisas novas que desafiem seu intelecto, sua criatividade. Como a maioria dos psicóticos tem um comportamento diferente, tem dificuldades de obedecer regras. Paciente do CAPS - i, infelizmente, entidade reprodutora de atendimento manicomial, dá a medicação e manda para casa. Não se situa no território, não articula com o Programa Estratégia da Familia, não tem um psicopedagogo, psicólogo escolar, nem um professor especialista em apoio pedagógico específico, não faz um intervenção in loco. Este seria um caso para o CAPS conversar com a escola, orientar os educadores.
F.M. foi aluno da nossa escola e era difícil negociar com a mãe psicótica, cuidados elementares como higiene, frequência ao apoio pedagógico específico, etc. O perdemos. Nosso modelo de escola que ensaia passos de inclusão para tantas outras necessidades especiais ainda está fechada para as psicoses infantis, para abordagem e convivência com a família psicótica.

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