LOUCA PELA VIDA NO CONSULTÓRIO
Não foi no banheiro com outro louquinho. Pena! Trata-se de conversa superficial e cheia de dedos quando se encontra pessoas conhecidas no consultório. O excesso de dedos sempre são delas, meio vexadas pelo encontro, quando são colegas assistentes sociais então, põe saia justa!!!!
Dessa vez minha colega confessa que fez Terapia Cognitiva Comportamental e etc. Não tem doença mental. Por conta de um acidente e problemas sentimentais desenvolveu um transtornozinho de ansiedade e tem fibriomialgia, pressão alta e outra doença de nome esquisito que esfria os pés. Eu histérica, cansada de esperar o médico, um mundão de gente na minha frente:- É?? Eu só tenho loucura mesmo!
UMA QUESTÃO DE VÍNCULOS E ALIANÇA TERAPÊUTICA
Não, não estou em crise... quase! Prevenindo aparecimento de sintomas, digamos, este foi o motivo da ida ao psiquiatra. Quem acompanha o blog lembra da luta de 2008 e 2009 contra a secretaria de educação do estado do professor Antônio José Medeiros. Tiraram minha sala de aula e pronto. Andei em todas as instâncias de Direitos por aqui, do Pacheco ao Igor Sampaio e não deu em nada. Um dia incorporei a loucura e bati o pé naqueles corredores da educação e fui parar na Gerência de Saúde Mental do Estado, como assistente social, ganhando como professora e até hoje na luta para provar que sou louca, mas sou capaz, ai... agora quero sair da sala de aula da prefeitura, já tenho afastamento periciado da sala de aula por seis meses, mas continuei adoecendo, quero agora uma disposição para outro órgão onde possa exercer atividade menos estressante. O trauma da história do Estado ainda não foi superado.
Não deu certo, processo indeferido. Diretor da escola ameaçando mandar minhas faltas, me ligando, etc. Enlouqueci. Corri para o consultório para Dr. Edson me dizer o que fazer. Pelo menos esfriou minha cabeça, como se diz por aqui. Sorte a minha ter plano de saúde. Bia e tantos outros usuários de CAPS sofrem sozinhos e descompensam porque as equipes ainda não desenvolveram estratégias para esse usuário procurar o serviço, se sentir acolhido e continuar suas lutas diárias com autonomia. Bia está em crise aguda. Fico triste e nada posso fazer, dei-lhe esperança demais. A sociedade é egoista, como diz Dr. Edmar Oliveira, o cuidado em redes sociais é falho porque bate nesse egoismo sem ecos de solidariedade.Não tenho dinheiro para pagar mais terapias integrativas senão para mim. A moça é muito pobre. A família pauperizada de amor, familia enlouquecedora. O CAPS não funciona nesse amparo, nem em outros preconizados pela atenção psicossocial. Bia fica na rede nova, na sala da casa de um cômodo para cinco pessoas, preocupada como irá pagá-la.
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