A amiga vai passando e os olhares das pessoas do bar, meu olhar e de outra amiga sentada ao meu lado seguem-na apiedados. Que pena? Comenta-se suas bizarrices, sua aparência excêntrica. Ela processa uma pessoa que a chamou de louca. Ela recusa-se a usar medicação. Estabilizar os sintomas e se tornar "normal" novamente para a comunidade.
A mãe pede para que eu não convide a filha para reuniões do Ninho. A filha com várias internações no Sanatório Meduna e Hospital Areolino de Abreu estaria curada. Jesus havia posto sua mão curadora e a jovem e bela G. havia sido curada. A filha que visitei várias vezes no Meduna, passa "curada" por mim sem cumprimentos, não deseja associações com minha postura assumida, imagino.
Encontro-a mais ou menos três anos depois numa crise aguda num CAPS II da cidade. Clássica paciente com aqueles cigarros de fumo em saquinhos, que escurece lábios e dedos.
A mãe me reconhece dentro do ônibus e pede que eu faça uma visita a sua casa para ver sua filha de vinte anos, mãe de seu neto de cinco anos, que estava nas ruas nos últimos meses. Criança bastante nervosa, segundo a avó. Penso em como fazê-lo. Já dei a mãe telefones dos consultórios de ruas, hospital do Mocambinho, do CAPS II mais próximo. Penso somar este caso a outros e informar os endereços aos CAPS dos territórios, busca ativa informada, fica até mais fácil.
Fiquei sabendo que melhorou o escalonamento do carro para os os cinco CAPS do município, cada um fica o dia todo com o carro a disposição, não mais só uma manhã ou tarde. Quase bom.
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