PSICÓTICA
À Norma Sueli
Face feminina, sem batom
Plantando flores nos jardins de 1968.
Portando bandeiras brancas
Numa passeata
Leve senhora de 36 anos
Cabelos a Ãngela Davis
De punhos cerrados para o alto.
Louca e coxa como Frida Kallo
Vai minha psicótica...
Sem roupas, cabelos em desalinhos...
Morrer calminha... junto a Camille
Num manicômio francês em 1943.
A felicidade não é desse mundo!
agosto/2003
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
SAÚDE MENTAL E SERVIÇO SOCIAL
Acontecendo o quarto módulo do curso de extensão Saúde Mental e Serviço Social, promovido pelo Departamento de Serviço Social da UFPI e Gerência de Saúde Mental da SESAPI nestes dias: 25, 26 e 27 de fevereiro. O curso acontece no auditório do CEREST - Centro de Referência da Saúde do Trabalhador.
Com uma variedade de temas pertinentes, eis alguns:
. Visita domiciliar como ferramenta de trabalho da assistente social na saúde mental.
. Contribuição do assistente social na humanização dos serviços de saúde.
. Participação popular no SUS - o controle social a partir dos serviços de saúde no Piauí.
. Redes de apoio às pessoas que convivem com transtorno mental e soro positivas.
Tem havido uma boa frequência de assistentes sociais dos CAPS do interior do Estado, qualidade nas discussões. Estamos contribuindo para melhorar os serviços da reforma, promovendo no mínimo consciência política.
REDE DE SOLIDARIEDADE
A Clínica Conviver oferece atendimentos na área da Psicologia, Psicopedagogia, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional e outros serviços, gentilmente na pessoa da psicopedagoga Annaliene Carvalho, gostaríamos de agradecer a parceria. A clínica está atendendo uma de nossas usuárias em sessões de massoterapia.Um obrigada antimanicomial.
Telefone: (86) 3221-9618
E-mail: acl.conviver@.com.br
Rua Rui Barbosa,760 centro/sul
Telefone: (86) 3221-9618
E-mail: acl.conviver@.com.br
Rua Rui Barbosa,760 centro/sul
sábado, 23 de fevereiro de 2008
RELAÇÃO PSIQUIATRA / PACIENTE
Voltei mais três vezes ao consultório de meu psiquiatra, sobre qual consultório falo mais abaixo. O que mudou, é que ele reduziu o número de pacientes por dia, sentei dessas vezes. Pôs lâmpada no banheiro e papel, diria que está usável. E geralmente tem lá, duas opções chá ou café...
Dr. Edson Paz me acompanha desde o manicômio, fomos "colegas" de trabalho no Hospital Areolino de Abreu, onde fui paciente e estagiária de Serviço Social. Tenho muita confiança na sua prescrição médica, porque tenho liberdade de dizer que medicação, não foi legal. Aceito a sugestão dele de tentar uma outra e ele vai me explicando, se é estabilizador do humor, se é um ansiólitico ou nas crises agudas um antipsicótico. Além da clássica pergunta: e a vida afetiva-sexual, como vai? Não vai... só muito trabalho e muito sonho. Deixe de conversa e passe aí, minhas lombras (brincadeira, mas é mais ou menos assim).
Nestes dezesseis anos de convívio com o transtorno tentei, outros psiquiatras, mas a empatia e confiança tem sido com este profissional. Grande ser humano. Apesar de estarmos em lados opostos, acredito na clínica da reforma, no sentido de reabilitar resignificando a vida. Dando ao paciente consciência de sua condição psicótica e consciência política intransigente na defesa de seus direitos. Dr. Édson, com todo respeito ao seu trabalho no hospital dia, que dirigiu há alguns anos, acha que CAPS é muito parecido. Não é, não tem que ser... bem a nota é apenas para dizer aos que como eu convivem com os transtornos mentais, que é importante essa qualidade na relação médico/paciente no nosso caso. Uma boa e coorporativa relação com os outros psicoterapeutas, que devemos ter para complementar o tratamento medicamentoso. Somos psicóticos sim, mas podemos conviver com as diferenças pessoais, políticas, ideológicas pela nossa saúde. Não é legal se auto medicar, por discordar de situações como as que cito abaixo. Da mesma forma que tentamos encontrar a medicação que mais se adeque a nosso organismo, tentemos buscar um bom profissional, relevando algumas coisas.
A última medicação está indo bem, estou produtiva, lúcida, sem confusão mental e sem tremores.
Nestes dezesseis anos de convívio com o transtorno tentei, outros psiquiatras, mas a empatia e confiança tem sido com este profissional. Grande ser humano. Apesar de estarmos em lados opostos, acredito na clínica da reforma, no sentido de reabilitar resignificando a vida. Dando ao paciente consciência de sua condição psicótica e consciência política intransigente na defesa de seus direitos. Dr. Édson, com todo respeito ao seu trabalho no hospital dia, que dirigiu há alguns anos, acha que CAPS é muito parecido. Não é, não tem que ser... bem a nota é apenas para dizer aos que como eu convivem com os transtornos mentais, que é importante essa qualidade na relação médico/paciente no nosso caso. Uma boa e coorporativa relação com os outros psicoterapeutas, que devemos ter para complementar o tratamento medicamentoso. Somos psicóticos sim, mas podemos conviver com as diferenças pessoais, políticas, ideológicas pela nossa saúde. Não é legal se auto medicar, por discordar de situações como as que cito abaixo. Da mesma forma que tentamos encontrar a medicação que mais se adeque a nosso organismo, tentemos buscar um bom profissional, relevando algumas coisas.
A última medicação está indo bem, estou produtiva, lúcida, sem confusão mental e sem tremores.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
ESTAMIRA
"A insanidade de Estamira é uma línguagem de defesa diante do mundo muito mais louco que ela. A sua loucura é a narração de uma sabedoria torta, de uma anomalia que a salva de realidade, esta sim, terrivelmente insana." Arnaldo Jabor, cineasta e jornalista
23 de Fevereiro: Exibição e debate sobre o filme na Ãncora, 8:00 h
Facilitador: Antônio Carlos, estudante de Direito, usuário
23 de Fevereiro: Exibição e debate sobre o filme na Ãncora, 8:00 h
Facilitador: Antônio Carlos, estudante de Direito, usuário
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
A MENTE DELATORA
É verdade que sou nervoso... muito nervoso... terrivelmente nervoso - sempre fui e serei. Mas porque vocês insistem em dizer que sou louco? A doença aguçara-me os sentidos - não os destruira e tampouco os anestesiara. Acima de tudo minha audição tornara-se agudíssima. Ouvia todas as coisas tanto as do céu como as da terra. Também ouvia muitas coisas do inferno. Como então podem dizer que sou louco? Escutem-me! E observem com quanta lucidez e serenidade lhes conto toda a história.
Fragmento de um conto de Edgar Allan Poe (Coração Delator)
a personagem em questão planeja e executa um covarde assassinato, sem causa aparente. Surta no final e acaba se delatando.
Uma amiga psicótica, que ouve vozes. Saiu para diversão e usou muito álcool (cerveja), paciente não assumida, rejeita medicação, me liga desesperada na madrugada, estava apavorada com as vozes, queria que eu lhe fizesse companhia. Impossível, muito tarde para sair na rua e minha filha dormia. Recomendei leite, água com açúcar, orações, esforço para se acalmar. Amanhã vamos numa urgência psiquiátrica e a uma boa equipe espírita que se prepara para somar á rede
pssicossocial do ninho. A família, na sua dor recorre a umbanda, ao espirismo kardecista, as igrejas evangélicas. Sem preconceitos podemos, dentro da idiossincrasias de cada um está orientando para o atendimento desses pacientes dentro das suas instituíções.
Fragmento de um conto de Edgar Allan Poe (Coração Delator)
a personagem em questão planeja e executa um covarde assassinato, sem causa aparente. Surta no final e acaba se delatando.
Uma amiga psicótica, que ouve vozes. Saiu para diversão e usou muito álcool (cerveja), paciente não assumida, rejeita medicação, me liga desesperada na madrugada, estava apavorada com as vozes, queria que eu lhe fizesse companhia. Impossível, muito tarde para sair na rua e minha filha dormia. Recomendei leite, água com açúcar, orações, esforço para se acalmar. Amanhã vamos numa urgência psiquiátrica e a uma boa equipe espírita que se prepara para somar á rede
pssicossocial do ninho. A família, na sua dor recorre a umbanda, ao espirismo kardecista, as igrejas evangélicas. Sem preconceitos podemos, dentro da idiossincrasias de cada um está orientando para o atendimento desses pacientes dentro das suas instituíções.
domingo, 3 de fevereiro de 2008
CARÍCIAS POSITIVAS
Fazem a gente se sentir bem...
Melhor do que comer manga apanhada da árvore na hora.
Assim como o útero da mãe acaricia o bebê...
ou o sorriso da criança quando vê alguém se aproximando
com a mamadeira...
Como a mãe ninando o filho no colo...
O pai trocando as fraldas do bebê...
O cachorrinho latindo quando vê o dono...
Pomba comendo milho na mão...
Beija-flor tirando o néctar das flores...
..................................
Sensação de gente vivendo com gente.
São as carícias.
Shinyashiki, Roberto
A Carícia Essencial ( Uma psicologia do afeto )
Ed. Gente
Especialmente para minha amiga Lucinda, recentemente diagnosticada como bipolar. Acabou de passar uma experiência subjetiva radical do delírio, das lágrimas excessivas, do medo, da depressão... mas sobreviveu pelo amor dos filhos maravilhosos, Marcos e Marcelo, que se descobrem cuidadores de alguém que já era, e agora é muito mais especial.
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PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO
POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.