Em 2010 aconteceu o primeiro seminário sobre cárceres privados de
pessoas com transtornos mentais do Piauí. Acreditem, apenas conseguimos
aumentar o número do conhecimento de mais "quartinhos insalubres" de
internação domiciliar, sem direito a banho de sol ou passear numa
pracinha. Geralmente seus cuidadores são idosos, muitas vezes com a
saúde mental também bastante comprometida. Instituições da própria saúde mental, de Direitos
Humanos, movimentos sociais, conselhos
de saúde nunca tomaram nenhuma iniciativa no sentido de viabilizar senão
a liberdade, mas melhorias na qualidade de vida destas pessoas: reforma
na casa das famílias, incluindo o espaço do cárcere ( muitos não tem
sanitário ou janelas com forras, apenas um buraco na parede com grades
), outra sugestão seria que o Estado através da saúde básica mantivesse
um terceiro cuidador permanente no caso da presença de idosos, incapazes
até de dar a medicação corretamente, ocasionando sucessivas crises ou
não aceitar ou acreditar na melhora através de antipsicóticos de última
geração.
É louvável e fácil fazer uma festinha no CAPS, forró, bolo e
refrigerante como no hospital psiquiátrico. Mas tristemente recebemos
denúncias que no CAPS de Esperantina, um usuário, teria em crise corrido
nu pelas ruas da cidade, procurado o CAPS, sua "consulta" está agendada
para agosto. Segundo os técnicos que fazem a triagem, seu caso não é
urgência. E a família, amigos, trazem para o HAA, em Teresina? GASM do
Estado já informada. Pedimos uma visita que se chama supervisão ao
serviço.
Ficamos felizes em vermos concretizado materialmente o resultado de uma luta no Ministério Público, depois de passarmos em 2010 numa audiência pública a formatação de uma gerência de saúde mental no organograma da FMS, vimos o espaço único, com antessala, caras novas na gestão. Fiquei empolgada com o psiquiatra Samuel Rego e suas ideias: padronização de atendimento nos CAPS (fichas, prontuários que falem mais do paciente...) e uma outra urgência pública, com leito e tudo, que ficaria no hospital do PROMORAR, zona sul, facilitando a vida de centenas de usuários que atravessam a cidade para atendimento no HAA, zona norte e mais incrível é que nos doou uma maca, patrimônio pessoal de uma época que fazia acupuntura, o que muito agradecemos. Mas, acabamos de saber que este deixou a gerência de saúde mental do município e não sabemos quem o substituiu. Esperemos.