Um termo de ajuste de conduta (TAC) firmado entre Ministério Público e FMS, numa audiência pública em janeiro de 2010, conseguimos passar uma cláusula que garantia num período de um ano a criação de uma gerência de saúde mental no município. O então secretário de saúde era o atual prefeito Firmino Filho, muitos acordos daquele TAC foram cumpridos, poderíamos dizer que foi o TAC que finalmente fechou o Sanatório Meduna. Desde então, cobramos a implementação da gerência.
Hoje soube que na reforma administrativa da FMS, finalmente a Gerência de Atenção Psicossocial do Município foi criada e seu primeiro gerente é o psiquiatra Francisco de Assis dos Santos Rocha, que pesquisou no mestrado e publicou livro com a temática do suicídio e também estudos sobre alcoolismo.
Em post no facebock a vereadora Teresa Britto informa que foi sua a emenda parlamentar que garantiu sua inclusão na lei da reforma administrativa geral. Fiquemos de olho que se cumpra de fato ações dessa gerência. De primeira mão fiquei sabendo que o gerente pediu relatórios a todos os serviços da rede, principalmente dos CAPS.
Bom seria se convidasse o movimento de usuário dentro da utilização daquela comissão de saúde mental criada em 2001 também no primeiro governo de Firmino, que só reuniu-se uma vez em fevereiro de 2010, e podéssemos expor as necessidades reais de acesso a rede: CAPS desterritorializados, distantes das comunidades de quem usa SUS como o CAPS leste no Jockey Clube e o Sudeste no bairro Gurupi, ambos com grande inacessibilidade de linhas de ônibus. Urgência da formulação de um projeto de um CAPS i municipal, temos um número excessivo de crianças psicóticas, filhos de mães e pais dependentes químicos que demonstram sérios comprometimentos cognitivos e de comportamento, adolescentes com sérios sofrimentos psíquicos dentro das escolas do municipio. A adequação dos ambulatórios dos hospitais municipais aos usuários da rede de saúde mental, há a necessidade de além de um psiquiatra, a contínuidade da psicoterapia com psicólogo e ou a implementação de práticas integrativas e complementares a medicação, como a medicina chinesa com acupuntura e suas diversas massagens e práticas naturistas como florais, além da Terapia Comunitária, Biodança e Yoga que dão excelentes resultados na manutenção da estabilização dos sintomas das diversas patologias mentais, finalmente temos a questão da intersetorialidade das politicas que realmente pode promover a reintegração, "os recontratos sociais" para muitos usuários reabilitados nos CAPS que é a promoção do trabalho protegido, a gerência (esperemos que multiprofissional) possa está articulando junto com os CAPS ações conjuntas com outras secretarias como SEMDEC, Fundação Wall Ferraz e outras que possam promover a geração de renda, a inserção ou volta ao tabalho, de muita gente que precisa disso para evitar novas crises, recriar novamente suas vidas no mundo (da produção capitalista) da razão.
Estou bastante esperançosa em dias melhores para nosso usuário de saúde mental teresinense.