... A política nacional de saúde mental corre muitos riscos, entre os quais reduzir o processo de reforma psiquiátrica a uma mera mudança de modelo assistencial. Tata-se de um processo social complexo, no qual é necessária uma reflexão sobre o modelo ciêntífico da psiquiatria, que não consegue ver saúde nas pessoas, apenas doenças. A dimensão sociocultural também é muito importante, pois trabalhamos para transformar a relação da sociedade com as pessoas em sofrimento mental. Afinal fomos nós, alienistas/psiquiatras, que, desde Pinel, ensinamos a todos que pessoas com algum tipo de problema mental são perigosas, incapazes, insensatas... Quando uma sociedade defende que uma parte dos seus membros não pode conviver com os demais, cumpre a nós, compreendermos os motivos e intervir. Por que são negros? Por que são índios? Por que são loucos?
PAULO AMARANTE, psiquiatra, doutor em Saúde Pública
Revista Mente e Cérebro,n º 164, setembro,2006
PAULO AMARANTE, psiquiatra, doutor em Saúde Pública
Revista Mente e Cérebro,n º 164, setembro,2006
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