sábado, 17 de novembro de 2007

DESCONSTRUINDO O MURO DO MANICÔMIO (ainda)

Penso como Pinel: devem existir lugares onde a loucura possa ser tratada. O que está em questão é a forma de tratamento. E aí penso como Freud: é preciso escutar a loucura. Que é polissêmica. Que é surpreendente, insólita e irreverente. A grande polêmica que vem ocorrendo em torno do projeto de lei do deputado Paulo Delgado - que propõe a extinção progressiva dos manicômios e não das internações - tem em sua origem, a meu ver, a seguinte questão: que fazer com os loucos? E às vezes o debate parece empobrecer e reduzir-se a "internar ou não internar". Eis a equivocada questão.
O grande desafio para todos nós é como lidar com a loucura. Podemos internar alguém durante algum tempo sem, no entanto, "internar" o seu sofrimento psíquico. Por outro lado, podemos tratar pessoas em ambulatórios ou consultórios e "interna-las" em relações autoritárias onde os terapeutas/analistas,valendo-se de sua suposta superioridade, autorizam-se a fazer coisas não muito diferentes das atitudes encontradas nos piores manicômios. Tudo depende da posição tomada diante do fenômeno da loucura.
A ESCUTA DA DIFERENÇA NA EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA
Cláudia Corbisier - psicanalista ( Psiquiatria sem hospício: Contribuíções ao estudo da reforma psiquiátrica)

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PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.