segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Saúde Mental: emoção, depressão, enjoo, personalidade, dislexia, meditação, alzheimer…

Assunto é o que não falta nos 8 âmbitos da saúde – física, profissional, mental, financeira, ambiental, espiritual, cultural e social –, por isso, preparamos diversos posts de Retrospectiva 2012.
Neste aqui traçamos o que de mais importante aconteceu na Saúde Mental ao longo do ano. Confira:
Sentimentos de felicidade, euforia e até mesmo tristeza afetam diretamente o cérebro e também podem afetar a saúde do coração.
A tristeza e o desânimo são vistos como uns dos sintomas mais chamativos da depressão, por isso são comumente confundidos com a própria doença.
Com as novas técnicas de exames diagnósticos precoces e uma vacina capaz de impedir o desenvolvimento da doença, pesquisadores acreditam que o Alzheimer possa deixar de existir.
Teoria divide opiniões. Um estudo apontou que a postura corporal facilita o acesso e retenção de memórias autobiográficas em jovens e adultos.
Pesquisa revela que o ritmo cardíaco é capaz de revelar se você é uma pessoa mais ansiosa e depressiva ou se é um indivíduo cheio de compaixão e empatia.
Eles controlam o peso, aumentam o equilíbrio e a flexibilidade e ainda melhoram o humor.
Neurotransmissor que desencadeia euforia e motivação está no “lugar errado” no cérebro de pessoas desmotivadas, avaliou pesquisa.
A explicação está no seu formato, que possui a base mais pesada, o que daria uma certa “gravidade” na letra e impediria a inversão que acontece na mente dos disléxicos.
Reação está ligada aos olhos e ouvidos.
Pare, respire, esvazie a mente e relaxe. Palavras simples do nosso vocabulário, mas de difícil execução até quando dormimos. Se você não acredita muito na meditação é melhor continuar lendo esta matéria, pois a lista de benefícios dessa prática vai te surpreender.

domingo, 30 de dezembro de 2012

ENVELHECER COM TRANSTORNOS MENTAIS: TEREMOS DEMÊNCIAS?

Nova York. Especialistas poderiam identificar com precisão a doença de Alzheimer e qualquer outro tipo de demência com ressonância magnética, segundo um estudo da revista “Neurology”. Atualmente, médicos têm dificuldade de diagnosticar a demência em alguns casos, adiando o tratamento adequado.

Apesar de serem doenças diferentes, Alzheimer e Demência Frontotemporal têm similaridades de sintomas e características clínicas, por isso podem ser difíceis de serem diagnosticadas. Ambas causam confusão mental e esquecimento e podem afetar a personalidade, as emoções e o comportamento.

Uma equipe da Universidade da Pensilvânia (EUA) analisou a eficiência da ressonância com o objetivo de dimensionar os níveis de proteína no cérebro, que geralmente estão maiores no caso do Alzheimer do que no de Demência Frontotemporal.

Os pesquisadores norte-americanos descobriram que o método da ressonância magnética teve 75% de precisão do diagnóstico, embora este número seja distante do ideal de 100%.
Diário do Nordeste

Ultimamente tenho preocupado-me com o envelhecimento com transtornos mentais, será que nós seremos mais propensos às demências? Serão degenerativas e progressivas a bipolaridade e a esquizofrenia favorecendo casos de Alzhemeir e outras? Procuro pesquisas, estudos e gente interessada no assunto para trocarmos idéias.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

INSERÇÃO SOCIAL DO USUÁRIO DE SAÚDE MENTAL

A luta do movimento antimanicomial por uma sociedade mais justa e pela inserção do usuário do serviço de saúde mental na sociedade pautou as discussões do segundo dia (14/12) do seminário de comemoração dos 30 anos do curso de especialização em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da ENSP. A inclusão social pelo trabalho e a promoção de iniciativas que visem à melhoria da qualidade de vida e ao exercício pleno da cidadania foram debatidas pelos expositores da mesa coordenada pelo pesquisador do Laps/ENSP Edvaldo Nabuco. 
 
Coube à coordenadora do Núcleo de Saúde Mental e Trabalho (Nusamt), Vera Pazos, falar sobre o programa dirigido pela Secretaria de Estado de Trabalho e Renda do Governo do Estado do Rio de Janeiro (Setrab). Segundo ela, o Nusamt é um grupo voltado para pensar, elaborar e implementar políticas públicas de geração de trabalho e renda. O trabalho é realizado a partir de ações de qualificação profissional, ampliação da legislação vigente e de apoio aos projetos desenvolvidos nas redes municipal e estadual para (re)inserção social e profissional das pessoas com transtorno mental, visando à inclusão, à melhoria da qualidade de vida e ao exercício pleno da cidadania.
 
A iniciativa pioneira no Brasil, já desenvolveu cerca de 40 inserções pontuais no mercado de trabalho e apoio aos empreendimentos solidários em saúde mental. Conta com 345 usuários cadastrados, além de demandas de cursos, emprego formal apoiado e informal com inserções em projetos de geração de renda e 400 pessoas beneficiadas em cursos de qualificação nas áreas de gestão, informática, vendas, atendimento ao público, artesanato e culinária. 
 
Ainda de acordo com Vera, os critérios de participação da empresa no Projeto de Inclusão Social pelo Trabalho de Usuários dos Serviços de Saúde Mental implicam contratação por hora do usuário do serviço de saúde mental, com flexibilização da carga horária; discriminação positiva das diferenças; parceria com o RH e médico do trabalho; e articulação com o projeto de responsabilidade social da empresa.
 
"Precisamos quebrar o preconceito que gira em torno da saúde mental"
 
Apesar de existirem iniciativas, como a do governo do Estado do Rio de Janeiro, para reinserção dos usuários na sociedade, a saúde mental ainda é considerada o "patinho feio" da área da saúde, segundo Iracema Polidora, da Associação dos Parentes e Amigos dos Pacientes do Complexo Juliano Moreira (Apacojum). “Precisamos quebrar o preconceito que gira em torno da saúde mental. Muitas pessoas falam abertamente quando um parente tem câncer, por exemplo. Mas, quando se trata de um problema mental, ela se sente envergonhada. Precisamos de mais carinho e mais amor para com os pacientes.”
 
A palestrante se mostrou bastante angustiada quando falou da situação da saúde mental nas instâncias de controle social. Segundo Iracema, a área vem perdendo força com a extinção de comissões que tratam do tema e a indicação de pessoas sem qualquer conhecimento da área para participar dos conselhos. “É necessária uma comissão para estarmos dentro do Conselho de Saúde. O Conselho é o controle social, tem força. Se não tivermos voz, não seremos ouvidos.”
 
Na última apresentação da manhã, o coordenador do Núcleo de Estudo, Pesquisa e Intervenção em Saúde (Nepis) da Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), Walter Melo Junior, falou sobre o médico psiquiatra Oswaldo dos Santos. Na década de 1960, Oswaldo foi incentivador da experiência das comunidades terapêuticas no hospital do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, e hoje é pouco lembrado nos capítulos da reforma antimanicomial brasileira. 
 
Walter lembrou que o psiquiatra tinha a ideia central de marcar um espaço fora do hospital, ou seja, de interferir na comunidade ao redor. Um exemplo citado foi o trabalho desenvolvido com os moradores que bebiam na região do hospital. “Encaminharam uma carta para os donos de bar, convidando-os para irem ao hospital psiquiátrico discutir o alcoolismo”, recordou o palestrante.
 
Outro episódio mencionado por Walter foi a intervenção da direção do hospital sofrida pelo médico psiquiatra. Os jornais da época noticiaram que os “loucos do Engenho de Dentro” estavam circulando pela cidade e que estavam fugindo do hospital. Vinte e oito pessoas com esquizofrenia fugiram do hospital e isso foi considerado um desleixo da diretoria. Oswaldo, porém, alegou que se tratava de um sinal da melhora das pessoas. “Se elas estão fugindo, estão conscientes de que o lugar em que estão não é bom”, disse Walter usando a fala do médico psiquiatra na época."
 
 
Posso falar pelo município de Teresina sobre a questão da inclusão, temos um grave problemas nas escolas públicas quanto o acompanhamento terapêutico de crianças e adolescentes psicóticos. Até férias antecipadas são pensadas para alguns, porque a escola não tem conhecimento de tecnologias de cuidados que os mantenham suas vidas discentes. Um único CAPS i, não intersetorial não tem dado conta desta demanda. O hospital da universidade, o esperado HU, abre suas portas finalmente com várias especialidades ambulatoriais, mas nada de psiquiatria ou psicologia, num ambiente de franco adoecimento psíquico que são os corredores da UFPI, tanto para os jovens psicóticos que conseguem adentrar a seus cursos e ou docentes e demais trabalhadores. Isto é exclusão sempre.
No mercado de trabalho, a inserção de usuários reabilitados nos serviços HAA ou CAPS, o SINE tem um projeto chamado Trabalho para Todos, voltado a pessoas com deficiência ou reabilitadas, segundo a assistente social coordenadora Maria da Paz Bandeira, as empresas tem uma rejeição inicial a receber uma pessoa com transtorno mental, confundem com deficência mental, pedem palestras para esclarecimentos maiores sobre os sintomas destas pessoas, no final, a estima do usuário fica tão abalada após as entrevistas que geralmente, ele próprio desiste. Mas temos conseguido numa parceria bem frágil inserir alguns usuários neste mercado de trabalho não protegido. Não conheço outras iniciativas públicas de emprego e renda, economia solidária voltadas a usuários de saúde mental, impera o preconceito até para pensar neste público, entre os políticos. Triste.
 
 
 
 

SAÚDE MENTAL DE EDUCADORES

Pesquisa sobre saúde mental já tem seu cronograma definido

Levantamento se inicia em abril, para apontar os processos que protegem e atacam a saúde
Uma reunião no último dia 7 definiu o cronograma da pesquisa para o mapeamento das doenças mentais e comportamentais que acometem os docentes da rede estadual, a ser desenvolvida em parceria entre a APP-Sindicato e o Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná (Nesc/UFPR) a partir do mês de abril.
Participaram do encontro, coordenado pelo secretário estadual de Saúde e Previdência, Idemar Beki, representantes dos quatro Núcleos Sindicais que estarão envolvidos na pesquisa (Curitiba Norte, Curitiba Sul, Metropolitano Norte e Metropolitano Sul).
No encontro, foram dadas orientações necessárias aos representantes, quanto à indicação dos professores e escolas que participarão das amostras do estudo. Para a composição da amostra deverão ser levados em consideração critérios como diversidade de tamanho (grande/média/pequena); localização (urbana, rural, município (pequeno/grande/centro/periferia), modalidade de ensino (fundamental/médio/pós-médio).
A pesquisa utilizará uma metodologia que permitirá identificar, em diversos níveis da vida dos participantes, os processos que protegem e atacam a saúde.
Estiveram no encontro os professores Tereza de Fátima Lemos, presidente do NS Curitiba Norte, Ana Carvalho de Oliveira Martins, secretária de Saúde do NS Metronorte, e Carlos Alberto Zanchi, secretário de Saúde do NS Metrosul.
A pesquisa - O levantamento será coordenado pelo professor Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque, do departamento de Saúde Comunitária da UFPR. Conforme explica Idemar Beki, a iniciativa foi da universidade e veio ao encontro das necessidades da APP-Sindicato em apontar cientificamente o quadro de adoecimento dos educadores e suas causas. A iniciativa, firmada no início do ano e que foi apresentada em 1º de junho no I Seminário Estadual de Saúde Mental dos Trabalhadores em Educação, esbarrou na greve da universidade.
A pesquisa será feita apenas em Curitiba e Região Metropolitana, por comportar realidades que são síntese do que acontece em todo o Estado: cidades grandes, médias e pequenas, de diferentes perfis econômicos e com escolas de diversos tamanhos. A amostragem será de 3.500 a 4.000 professores, que serão entrevistados no próprio ambiente de trabalho por uma equipe multidisciplinar ao longo de três anos.
Idemar Beki sustenta que caberia ao próprio governo fazer a pesquisa sobre saúde dos servidores, mas que nenhuma iniciativa é tomada. Um levantamento feito pela Divisão de Saúde e Medicina Ocupacional da Secretaria de Administração e Previdência (Dims/Seap) revelou que, entre todos os mais de 200 mil servidores do Estado, no período entre 1998 e 2006, apenas um funcionário foi identificado como tendo doença em decorrência do trabalho. O dado é obviamente irreal e só demonstra a necessidade de dados estatísticos confiáveis para embasar a luta dos servidores por melhores condições de trabalho.
Uma primeira iniciativa da APP, de caráter mais empírico, para a identificação das condições de saúde dos educadores foi a pesquisa empreendida em 2009, com 7.612 educadores, mostrou que 66% deles haviam adquirido alguma doença em decorrência do trabalho, sendo que 30% relatavam sofrimento mental.
Conforme o secretário, apesar de este primeiro levantamento não ter base científica, ele já deixou claro o quadro de adoecimento por que passam os educadores no Estado. Beki acredita que a expansão da hora-atividade vai permitir uma melhora na qualidade de vida dos docentes e uma redução no adoecimento. "É a nossa bandeira, com mais hora-atividade, o professor terá um tempo razoável para o serviço extraclasse e não vai levar, como hoje, grande parte dos trabalhos para casa", disse.



No Piauí apenas dois psiquiatras atendem pelo IAPEP, plano de saúde dos servidores públicos, apesar haver cinco conveniados. Atendem em médio uns duzentos servidores públicos cada um, destes um número considerável de educadores e demais trabalhadores de escola. Numa das escolas que trabalho há três professores com mudança de função por transtorno mental, eu estou incluída. Não tenho conhecimento de nenhuma pesquisa dos centros de educação das universidades públicas locais, nem em nível de graduação ou mestrado a respeito. Pena, precisamos também destes dados, até para pensarmos políticas públicas de prevenção e assistência.

sábado, 22 de dezembro de 2012

NINHADAS

I. OVO GORADO
Segunda, 17 de dezembro, fui ao HUT e tive informações sobre o paciente do HAA , Evandro Moura, internado há semanas na UTI geral daquele hospital. Fora do coma, mas ainda com aparelhos que lhe impede de falar. As enfermeiras me disseram que no espaço de três semanas só recebeu visitas de uma pessoa e do perito legista. Informações contrariadas (ainda bem) por Marta Evelin, da Âncora ,que afirma tê-lo visitado cinco vezes junto a cuidadora Toinha da RT de União.
O que aconteceu de fato a este usuário para parar em uma UTI de hospital geral, tipo HUT é ainda é um mistério para mim e medo intenso que continuem estas e tantas outras negligências que acompanhei enquanto trabalhadora (bolsista) do HAA, nós que acompanhamos usuários em crise o tempo todo e precisamos "ocupar" um espaço que ainda é fundalmentamente nosso, onde os normais ditam as regras e ainda encarceram e punem os reclamantes e seus delírios não são ouvidos.


II. COISAS BOAS

Com uma filha pré adolescente surda profunda, dois empregos e outros interesses pessoais, não consigo juntar um grupo de ajuda mútua e suporte idealizado na minha cabeça, que ofereça terapias complementares, espaço de convivência e um trabalho de assistência e promoção de saúde da criança psicótica na escola e de repente conheço Geysa, Fazenda da Paz e ex SENJUV e ou ela me reconhece do blog, das lutas e nos ajuda neste final de ano com kits de higiene pessoal: sabonetes, shampoos, creme para cabelo, etc e eu mais outras amiga estamos completando incluindo mais alguns ítens, incluindo duas calcinhas e um creme para rachadura dos pés, observamos que a maioria das mulheres tem pés rachados. Pode ser efeito colateral de alguma medicação. Somente depois do natal ( muito agoniado ) levaremos as cestas de beleza às nossas amigas do Ninho.



III. SAÚDE MENTAL NA ESCOLA

Feliz, por mais uma parceria, psicólogo Anderson do CAPS sudeste e IFPI nos propõe um trabalho de discussão e intervenção para criança e jovem psicótico em idade escolar. Não estamos sozinhos nesta sensibilização. Coisa boa.





domingo, 16 de dezembro de 2012

PACIENTE DO HAA EM COMA NO HUT

Um paciente morador da residência terapêutica de União, teria entrado em crise ou agravado seus sintomas após a demissão de alguns funcionários, com as eleições, onde a infâmia política da má administração sempre prepondera, em detrimento de alguns situações que não são compreendidas por alguns futuros gestores e seus assessores como na saúde mental, onde pacientes criam vínculos emocionais, alguns técnicos são suas "referências terapêuticas", e de repente nos ajustes politicos toda uma equipe pode ser demitida. Quem paga o pato, ou seja, quem adoece? É o usuário deste serviço, delicado e humano. Mas a política é arbitrária, desumana, feia e picareta. Estou generalizando, não sei quem perdeu ou quem ganhou em União, pouco me interessa. O post é para denunciar, avisar, dizer publicamente que devemos nos importar com os loucos, que os loucos também deveriam ter direitos humanos!
O usuário internou-se dia 04 de novembro trazido por cuidadores da RT, dia 12 de novembro deu entrada no HUT, está numa UTI (feminina), após várias cirurgias. Há noticias de dentes quebrados. Versões: Queda de uma árvore, já teria entrado machucado por queda de uma moto e ou teria apanhado de outros pacientes nos pavilhões. Militante da Âncora, para quem enviei email, repassou-me que o grupo teria aberto aberto boletim de ocorrência no 2º DP, que fica atrás do HAA, velho colecionador de ocorrências escabrosas ocorridas no hospital (daria um TCC original), oreintados pelo Ministério Público.
Eu estou sem tempo de escrever para o blog e infelizmente a vida pessoal e necessidade de estabilizar meu TAB não tenho maior inserção neste caso. Acontecido durante as visitas de uma comissão do Programa Nacional de Avaliação de Hospitais - Psquiatria, contando com a presença de uma pessoa do conselho estadual de saúde, usuária dos serviços do HAA, que entrou em crise e não mais participou, não sendo substituída, uma usuária da Âncora e uma familiar pertencente ao Ninho ( resolvi sair, alguns usuários em crise que precisavam muito mais do meu pouco tempo) e demais componentes. Essa comissão "engessada politicamente" deveria está agindo. Talvez o ocorrido sem apuração correta e necessária, sequer seja citado em relatório enviado a Brasília. Sem contradições, defendo o hospital na rede, porque não temos para onde correr numa urgência/emergência, mas precisamos denunciar as negligências, buscar punições para os culpados e capacitação continuada para os funcionários que realmente cuidam dos pacientes dentro dos pavilhões ou seja sentados nos corredores, dormindo em repouso, sem dividir rondas, que são funcionários de nível médio, técnicos de enfermagem e auxiliares de limpeza, estes são os verdadeiros cuidadores nas internações integrais no HAA.
Se alguém souber maiores detalhes e atuais da situação do rapaz, envie em forma de comentário ou por email, que publicaremos

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

SAÚDE MENTAL NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA I

ENCONTRO BAIANO DE SAÚDE INFANTO JUVENIL

Considerando a necessidade de se construir políticas públicas e consolidar o cuidado a crianças e adolescentes com transtornos mentais ou problemas decorrentes de abuso de álcool e outras drogas no estado, as secretarias de Saúde do Estado (Sesab) e do município de Salvador, com apoio dos Centros de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência (CAPs ia) de Salvador, promovem nos próximos dias 26 e 27 (segunda e terça-feira), de 8h30min às 17 horas, na Faculdade Bahiana de Medicina (Campus do Cabula), o I Encontro Baiano de Saúde Mental Infanto Juvenil: o lugar da infância e adolescência na rede de atenção psicossocial. O principal objetivo do encontro é elaborar propostas para orientar os serviços e as gestões municipal e estadual, além de gerar pautas a serem levadas para o Congresso Brasileiro de CAPs ia, a ser realizado no próximo ano.

O encontro destina-se aos profissionais dos CAPS ia e dos demais pontos da rede de atenção psicossocial; profissionais de saúde, educação, assistência social, justiça e direitos humanos que atuam na área da infância e adolescência; usuários e familiares; gestores e representantes da área técnica de saúde mental e área técnica da saúde da criança e do adolescente da Sesab secretarias municipais de Saúde. As inscrições podem ser feitas através do e-mail
encontrocapsia.ba@hotmail.com Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. .

A programação do encontro foi construída de forma a possibilitar discussões sobre as questões cotidianas destes serviços, a fim apontar os principais desafios para a efetivação da Rede de Atenção Psicossocial para crianças e adolescentes com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do SUS.

No primeiro dia do evento haverá oficinas sobre os seguintes temas: possibilidades de cuidado com crianças e adolescentes com transtorno geral do desenvolvimento, cuidado ao adolescente usuário de álcool e outras drogas e papel do CAPs ia na promoção da saúde. Estão previstas ainda mesas redondas sobre a Rede de Atenção Psicossocial e suas implicações para atenção à infância e adolescência, refletindo os componentes da Rede de Atenção Psicossocial e "Tornar-se adulto no CAPS i: (des)continuidade do cuidado na Rede de Atenção Psicossocial".

Grupos de trabalho discutirão as seguintes questões: medicalização, função do brincar na infância, a função do CAPS i na Rede de Atenção Psicossocial, a questão da institucionalização: "Quem deve cuidar da criança?" e atenção a crianças e adolescentes usuários de (substâncias psicoativas (SPA's).

Sesab/Ascom
Saúde mental/infantil1Última atualização ( Sex, 23 de Novembro de 2012 16:32 ) 

  "Considerando a necessidade de se construir políticas públicas e consolidar o cuidado a crianças e adolescentes com transtornos mentais ou problemas decorrentes de abuso de álcool e outras drogas no estado, as secretarias de Saúde do Estado (Sesab) e do município de Salvador, com apoio dos Centros de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência (CAPs ia) de Salvador, ..."

Sublinhei a informação da ação conjunta entre Secretaria de saúde do Estado, do municipio e um serviço que vai além do nosso único CAPS i, pavilhão do HAA, que "são" os CAPS ia, Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência na Bahia. Dá uma inveja branca... por aqui nunca houve uma iniciativa como esta e nem há perspectiva do parte dos gestores de saúde mental do Estado, muito menos do municipio. As escolas enfrentam cada vez mais problemas relativos às psicoses infantis e crises frequentes em adolescentes, tenho acompanhado o caso de cinco adolescentes que se auto mutilam com cortes de estiletes escolares ou giletes. Apenas uma é usuária do CAPS i, esta e outra tem indicação de medicação, ambas me dizem enganarem os pais, não tomando a medicação. Fazer? Sentar e vê a banda passar: Estas meninas e meninos ficarem adultos e seguirem o que chamo hoje de "cronificação capsciocêntrica".

domingo, 25 de novembro de 2012

SAÚDE MENTAL NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA II

14/11/2012 , às 17h30

9ª Reunião do Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-juvenil inova ao incluir adolescentes


A área técnica de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (Dapes/SAS/MS) realizou nos dias 12 e 13 de novembro a 9ª Reunião ordinária do Fórum Nacional de Saúde Mental Infantojuvenil, em Brasília/DF. A mesa de abertura marcou o caráter intersetorial do Fórum com a participação de representantes do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) Brasil e Cone Sul, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, do Conselho Nacional do Ministério Público e representantes de adolescentes.

Mais de 150 pessoas participaram das atividades. Entre elas: representantes de movimentos sociais, incluindo grupos de adolescentes e jovens, profissionais da saúde mental, em especial trabalh0adores dos Centros de Atenção, gestores municipais e estaduais de saúde mental e saúde geral, promotores do Ministério Público nos Estados, membros de instituições universitárias e de entidades de defesa dos direitos de crianças e adolescentes.

Entre os temas debatidos, tiveram destaques questões relacionadas ao uso indiscriminado de psicofármacos, autismo e a preocupação com os processos de institucionalização dessa população, com demandas relacionadas ao uso de drogas”, explica Luciana Surjus, assessora da área técnica no MS.

Roberto Tykanori, coordenador da área técnica de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, ressaltou a relevância da parceria com o UNODC em especial como sua abordagem internacional desta problemática em uma perspectiva que busque em lugar da coerção se trabalhar mecanismos voltados à coesão pode contribuir para a construção de uma resposta mais adequada a estas questões.

A proposta do encontro foi promover a discussão e construção de estratégias envolvendo representantes de diferentes setores, para a implantação e implementação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), especialmente para o público infantojuvenil.
A reunião teve como um dos seus resultados, o encaminhamento de recomendações para a Política Nacional de Saúde Mental Infantojuvenil. Outra decisão foi a realização de cinco encontros regionais em 2013, além do encontro nacional.

Antecedentes - O Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil, instituído em agosto de 2004, pela Portaria GM n¿ 1608, é um importante espaço de discussão e de articulação intersetorial que visa debater as diferentes questões relacionadas a saúde mental de crianças e adolescentes, oferecendo subsídios para a construção das políticas públicas voltadas a essa população específica. Este Fórum busca estimular a participação de vários atores envolvidos no tema e a organização de fóruns locais, por meio de reuniões itinerantes.


Destaquei a discussão "uso abusivo de psicofármacos", não se fala que na programação se pauta a questão da escola inclusiva para crianças psicóticas? Não há escolas inclusivas para elas em crise. O senso comum, mesmo formado por técnicos de saúde mental ignora a doença mental infantil, não se admite que as crianças enlouqueçam. Não há medicação em dosagem infantil, um corpinho em formação de uma criança   receberá uma dosagem de carbamazepina 200 mg ou valproalto de sódio de 500 mg igualmente a mim que tenho mais de 60 quilos e 45 anos. Está escrito na embalagem: uso adulto e pediátrico acima de 10 anos.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

SUICÍDIO E AS EXONERAÇÕES NA PMT

A taxa de crescimento do suicídio nos EUA quadruplicou desde 2007, quando começou a crise económica e financeira, indicam investigadores britânicos e norte-americanos, que estimam em 1.580 o número anual de suicídios em excesso.
Os autores do estudo, publicado hoje na revista The Lancet, analisaram os números dos suicídios compilados pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA entre 1999 e 2010.
Embora as taxas de suicídio tenham aumentado lentamente entre 1999 e 2007, as taxas de aumento mais do que quadruplicaram entre 2008 e 2010, passando de um aumento anual de 0,12 mortes por suicídio em 100 mil pessoas até 2007 para 0,51 nos três anos seguintes.
Os cientistas estimam em 1.580 o número de mortes adicionais por ano desde 2007, quando comparado com o que seria de esperar se a tendência dos anos anteriores se tivesse mantido.
"Desta forma, no período recessivo após 2007, estima-se que haja um excesso de 4.750 mortes por suicídio", concluem os investigadores das universidades de Cambridge (Reino Unido), Stanford (EUA), Bristol (Reino Unido) e Hong Kong.
Os cientistas - que num estudo anterior estimaram que a crise provocou mais de 1.000 suicídios em excesso só no Reino Unido - analisaram ainda a relação entre o suicídio e o desemprego, concluindo que a falta de trabalho terá sido responsável por um quarto das mortes adicionais.
Nos seus estudos anteriores, na Europa, os cientistas concluíram que um aumento de um ponto percentual na taxa de desemprego equivale a um aumento de 0,79% na taxa de suicídio, mas nos EUA o efeito é ligeiramente mais grave: um aumento de um ponto percentual na taxa de desemprego equivale a um aumento de 0,99% na taxa de suicídio.
“Na campanha para as eleições presidenciais nos EUA, o presidente Obama e Mitt Romney têm debatido a melhor forma de promover a recuperação económica. Mas o que falta ao debate é a discussão sobre a melhor forma de proteger a saúde dos norte-americanos nestes tempos difíceis", alerta o líder da equipa de investigadores, Aaron Reeves, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
O mesmo cientista recorda que o suicídio é um resultado raro da doença mental, mas estes dados são o indicador mais visível dos problemas de depressão e ansiedade que afetam as pessoas que vivem em situação de crise financeira.
Os investigadores lembram, no entanto, que há países que conseguem evitar o aumento dos suicídios em tempos de crise, seja através de políticas ativas para o mercado de trabalho, projetos que ajudem o desempregado a procurar apoio social e novas oportunidades de emprego ou programas de saúde mental que ajudem a mitigar os efeitos das recessões.
"O facto de países como a Suécia serem capazes de prevenir o aumento do suicídio apesar de grandes recessões revela oportunidades para proteger os americanos de mais riscos nesta crise económica prolongada", escrevem os cientistas, sublinhando a necessidade de promover a resiliência da saúde mental em períodos como este.
Em Portugal, tanto a Direção Geral da Saúde (DGS) como o Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS) alertaram recentemente para os riscos da crise e das medidas de austeridade na saúde mental dos portugueses.
No Programa Nacional para a Saúde Mental (PNSM), elaborado pela DGS e divulgado em setembro, o organismo do Ministério da Saúde refere que “a crise financeira vai ter seguramente impactos muito significativos na saúde mental das populações”, sendo “plausível a ocorrência de um aumento da prevalência de algumas doenças mentais, assim como o aumento da taxa de suicídio em alguns setores da população”.
O OPSS, no seu Relatório de Primavera 2012, divulgado em junho, alertou para os efeitos da crise socioeconómica na saúde mental, sublinhando que as principais manifestações passam pela perda de autoestima, depressão, ansiedade e risco de comportamentos suicidas.
*Este artigo foi escrito ao  abrigo do novo acordo ortográfico.

Teresina após a eleição perdida pelo prefeito Elmano Ferrer vêm despedindo muita gente de vários órgãos da prefeitura, só na SENJUV, secretaria da juventude, 12 pessoas foram destituídas de suas funções sumariamente, no CAPS sudeste, usuário me informava hoje a noite penalizado que quatro funcionários da manhã sairam, dentre as quais tristemente um era seu "técnico de referência" pelo pesar que ele nos dava a notícia. Como a FMS não tem nenhum controle da saúde mental, é bom estarmos preparados para as notificações de tentativas de suicidios, inicio de patologias mentais, etc. É bom conferirmos as entradas por suícidios no IML. A crise aqui de "gestão" pouco se importa com a saúde mental do  indivíduo.

domingo, 11 de novembro de 2012

SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA EM TERESINA

Finalmente, parece que o matriciamento ( equipes multiprofissionais que devem dar suporte em saúde mental à atenção básica, resumidamente), [...] discussão de casos, intervenções junto ás familias e comunidade, atendimento conjunto e ainda, através de mecanismos egulares de supervisão e capacitação." ( Um outro olhar: Manual Audivisual sobre centros de atenção psicossocial e saúde mental na atenção básica )

Para realizar uma discussão acerca das informações sobre o protocolo de encaminhamento dos atendimentos em atenção básica para os serviços de assistência à saúde mental, a Fundação Municipal de Saúde, por intermédio da Gerência de Ações Programáticas, realiza o I Encontro sobre Matriciamento em Saúde Mental. O evento acontece nesta sexta-feira (9), até às 17h, no Auditório do Centro de Formação Odilon Nunes.
Cerca de 200 profissionais da Atenção Básica, do NASF, Consultório de Rua e Residência Terapêutica, entre médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, dentistas, psicólogos e psiquiatras participam do evento, que tem como intuito promover um suporte técnico especializado através de uma estratégia de apoio matricial nas Equipes Estratégia da Saúde da Família.
De acordo com a coordenadora do Encontro, Isabel Karine, as ações de saúde mental na Atenção Básica, devem obedecer ao modelo da rede de cuidado de base territorial, buscando estabelecimento de vínculo e acolhimento dos pacientes.
"A capacitação propicia a articulação necessária entre a atenção básica e a saúde mental, aumentando a capacidade resolutiva da rede de saúde. O paciente, ao chegar na ponta do atendimento, será diagnosticado e, em caso de ter transtorno leve, será tratado pelas equipes Estratégia Saúde da Família. No caso de ser um transtorno mais grave, o paciente será encaminhado ao CAPS", explica a coordenadora do evento. 



Sublinhei a fala da coordenadora da capacitação, de um dia somente, para 200 profissionais. Cabem naquele auditório do Centro de Formação Odilon Nunes? Espero que tenha lotado, com gente em pé, usando cadeiras extras, etc. Mas o que será um transtorno mental leve? Uma esquizofrenia em remissão pode ser um transtorno mental leve, até surgir um fator estressor externo ou interno. Senhoras da Gerência de Ações programáticas, "mexam seus traseiro gordos de seus gabinetes" e desçam para as periferias ou nem tanto, nós usuários de saúde mental do municipio de Teresina, na maioria precisamos de ambulatórios que funcionem após a estabilização dos sintomas nos CAPS ou HAA e consultórios de consultas caras, ambulatórios que tenham horários flexíveis de marcação de consultas, para quem usa medicação psicotrópica e não consegue acordar de madrugada para enfrentar filas, já que a marcação online não funciona, além da propaganda. Precisamos que nestes ambulatórios da atenção básica tenhamos além da consulta de manutenção com o psiquiatra e a medicação,  da psicoterapia ou prática integrativa complementar ( yoga, Biodança, Terapia Comunitária, acupuntura e outras). Se há grupos de diabéticos, de hipertensão por que não pode haver grupos sistemáticos de pessoas com transtornos mentais? Esperemos que alguém desse matriciamento seja criativo e vá além do pacote do Ministério da Saúde.

Noticia do site 180 graus de 10/11

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

MENINOS DE PARNAÍBA

As práticas integrativas e complementares como a acupuntura ou o ativismo em saúde mental salvam a minha vida, resiliência, minha sobrevida de saúde psíquica, diria até afetiva, pelo número de amigos que faço e amor que também recebo das pessoas que depois dos sofrimentos me dão aquele sorriso satisfeito de quem venceu mais uma etapa da vida ou está vencendo.
Assim  é que me despedi dos "meninos" de Parnaíba, no HGV às 19:00h , André de 24 anos e seu irmão Patricio de 27, usuário do CAPS de Parnáiba, experiência de rua, cirurgiado do intestino, com muitos pontos na barriga e de fraudas. Liguei  mais tarde para confirmar a saída de ambulância, como o meio de transporte mais eficaz de removê-lo, estavam já perto de Piripiri.
André o acompanhante sofrido, sorria feliz e o pequeno e magro Patricio com aqueles olhos dos que vivem  como o Chapeleiro Maluco ou o Louco que só o Cebolinha vê me pede farinha. Acreditando em "restos" de subjetividade por trás de quem há anos  vive com trantorno mental, somente agora usando medicação, aviso-lhe que não é aconselhável por causa da natureza da sua cirurgia comer farinha. Terá que esperar algum tempo, alguns meses. Bracinhos presos à cama numa posição mais confortável apreendida pelo irmão, me enfrenta agora com um olhar teimoso.
O apoio e o suporte do Ninho em parceria com Deusa Fernandes da Gerência de Saúde Mental do Estado foram fundamentais para amenizar o sofrimento destes jovens numa cidade desconhecida, confinados em ambiente hospitalar, passaram 12 dias no hospital do Buenos Aires, 24 horas no HAA e finalmente os dias finais para a intervenção cirurgica no HGV, Patricio devidamente medicado psicotropicamente. É isso. Solidariedade deve unir as redes intersetoriais na área da saúde mental.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

HAA PASSARÁ POR PNASH

Voltando atrás na decisão da não participação em questões institucionais nesse governo, pensando exclusivamente nos usuários menos informados, destituídos de poder de argumentação, entendimento e consciência de direitos, minha consciência ativista da causa da saúde mental antimanicomial com luta contra o preconceito e discriminação participei e estou compondo como movimento de usuários uma comissão que fará vistorias no hospital Areolino de Abreu pelo Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares - PNASH / psiquiatria.
Composição da equipe sugerida pelo MS:
1 Representante da equipe de saúde mental no Estado;
1 Representante da vigilância sanitária do Estado;
1 Representante da equipe de controle e avaliação;
No nosso caso, Teresina com gestão plena seria:
2 representantes da equipe de saúde mental (1 do Estado e 1 dos municípios);
2 representantes da vigilância sanitária 9 1 do Estado e 1 do município)
1 representante da equipe de controle e avaliação.
Não houve exatamente esta composição. Pode até ser que se complete.
 E finalmente representantes de conselhos, movimentos sociais "deverão ser convidados para acompanhar o processo e participar da avaliação."

Paradoxalmente, uma antimanicomial ( repudio toda forma de perca de identidade produzida por longas internações dentro do hospital psiquiátrico ), acredito na reinvenção de vidas pela reabilitação psicossocial, mas nesse momento por razões práticas, do manejo cotidiano com usuários que os CAPS não dão conta. Única urgência psiquiátrica para ricos ou pobres da cidade, o municipio negligencia a saúde mental, os serviços substitutivos são abertos à força do Ministério Público, falta médicos e não há ambulatórios ou psiquiatra nas unidades de saúde junto a psicoterapia, formal ou sob formas de práticas integrativas e complementares e a saúde privada ainda não descobriu esse "filão", estou do lado do HAA. É preciso na luta politica forçar este governo contratar pessoal para quase todas as áreas, chamar psiquiatras, assistentes sociais, psicólogos, enfermeiras, enfim toda a área psi aprovada no concurso. Melhorar a estrutura física, tirar aquelas grades dos pavilhões seria viável, os CAPS tem severos e não há grades. Com respeito as senhoras freiras que muito contribuíram com seu trabalho no seu inicio, mas em lugar de uma igreja ( que os pacientes não frequentam) deveria haver um alojamento para acompanhantes. Delirando. Mas se o hospital for reprovado, pelos instrumentos de coleta de dados e suspensas suas atividades, tem que rolar "sangue" para este município se conscientizar da concretização da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). E fica a interrogação, quando é mesmo que teremos no municipio um centro de convivência e cultura para nosso povo?

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

PERGUNTA: ONDE CONSEGUIR FINANCIAMENTOS PARA PROJETOS DE PREVENÇÃO JUVENIL?


O programa da Rede Sesc-Senac apresenta no próximo dia 6 de novembro, das 15 às 17 horas, no auditório do Senac Catanduva, a teleconferência com o debate “Jovens e drogas: a sociedade em busca de soluções”.

O debate tem as participações de Nara Santos, oficial de programa do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC); Esmeralda Ortiz, jornalista e escritora; e Roberto Tykanori, coordenador da área técnica de Saúde Mental do Ministério da Saúde. A teleconferência pretende alertar sobre as consequências do uso de entorpecentes.

O programa busca um diálogo aberto e franco sobre os impactos do uso excessivo das drogas ilícitas pelos jovens, o consumo cada vez maior do crack em nossa sociedade e as formas de tratamento da dependência química. Discutirá, ainda, as possibilidades de reintegração à sociedade daqueles que conseguem abandonar o vício e o papel da escola na prevenção e na ressocialização dos jovens adictos.

A teleconferência será transmitida ao vivo, direto dos estúdios da Gerência de Produção de Rádio e Televisão do Condomínio Sesc-Senac, no Rio de Janeiro, para mais de 400 salas e auditórios espalhados por todos os estados brasileiros e equipados com infraestrutura de ponta. 

O debate contará com a jornalista Bárbara Pereira como mediadora e com Gildete Amorim, intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

O público pode participar do programa enviando perguntas, comentários e sugestões por e-mail teleconfsesc@senac.br, fax 0800-023-0220, telefone 0800-283-0270 ou Twitter @telesescsenac
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sábado, 27 de outubro de 2012

NINHADAS

China adota nova lei de saúde mental, parece-me com todo aquele babá de proteção aos direitos, mas se "precisar", se o louco estiver demonstrando risco a si e aos outros, principalmente ao "empregador" desce direto para o hospital. Louco na China também trabalha? Ou enlouquece para dar conta da produção?


Da China para Teresina

Candidatos a prefeitura falam de melhorias em todas as áreas da saúde, são tantos serviços e hospitais a serem inaugurados se forem eleitos que imaginamos o paraiso no SUS na próxima prefeitura. Só não se fala de doença mental, milhares de pessoas tratadas nos ambulatórios (ruins) municipais e CAPS são totalmente ignoradas. Um deles promete uma rede de ambulatórios com várias especialidades, menos psiquiatria e num panfleto a última promessa na área da saúde, mal elaboradamente diz que implementará os CAPS, não diz como. Imagino que ele e assessores nem saibam do que falam. Até porque apesar da luta desde 2010 para implementação de uma gerência de saúde mental na FMS, decretada por um acordo com o MP em janeiro daquele ano, até hoje se aguarda segundo a promotoria de saúde, que seja votado na câmara de vereadores a mudança no organograma da fundação. Quem se interessa?


Caps sudeste continua sem psiquiatra pela manhã. Quem leu Psiquiatria sem Hospicio,  livro  que traz uma coletânia de textos que fazem parte de um ideário de Reforma Psiquiárica, elaborados na década de 90, nós que pesquisamos e escrevemos sobre os CAPS na década de 2000, precisamente em 2005 quando começavam a serem instalados no meio norte, dá um profundo sentimento de desilusão quando percebemos certa "burocratização" excessiva e as práticas manicomiais se repetindo em alguns serviços: ociosidade dos usuários, falta completa de iniciativas de inserção social pela geração de emprego e renda, luta por trabalho protegido para os reabilitados, por ambulatórios que os recebam com acolhimento  e segurança para não recaídas e etc e etc. Cadê a cara expressão: reinvenção de vidas?
Gosto de lembrar para alguns jovens concursados (que temos que engolir, com aquela panca de meritocratas) que o emprego deles, os serviços da reforma foram inventados, garantidos por um grupo de pessoas, técnicos, familiares e usuários que foram a luta nos finais da década de 70, denunciando, alguns até perderam seus empregos para garantir o direito de melhor tratamento para pessoas com transtornos mentais.


Visitando um paciente no hospital geral do Buenos Aires, percebi o quanto estes nosocômios ainda não estão preparados para receber PESSOAS com transtornos mentais. O rapaz com um problema clínico no reto, contido de forma crucificada, sem poder sequer mexer as nádegas. Medicação: Diazepan me informa a técnico de enfermagem, que este era calmo, apenas queria andar pelo hospital??? Se estava amarrado então, me interroguei se o preconceito e a discriminação não decretava a "intervenção clínica" da contenção, a fim de que não arrancasse os soros e curativos dos demais pacientes?


Fui proferir palestra beneficiente, numa faculdade de Serviço Social ( muitas alunas barulhentas, tive que dar aula mesmo, passei uns dois dias doente ), conseguimos um convênio com esta faculdade. Fiquei tão feliz, meu tempo é bastante reduzido para fazer, deixar e cobrar oficios nas instituições, pois ainda lutamos por uma sede, além do emprego, habitação, atendimento a crise. Apresentou-se uma moça promissora. Sumiu, depois de ver que o Ninho "subjetivamente" tem muito trabalho nese nível, que é o da articulação de redes intersetoriais em saúde mental, tema da palestra. Continuamos com vagas abertas.


Significativo número de suicidios nos últimos dois meses. Tragédias familiares dolorosas. Quando teremos um serviço de apoio aos sobreviventes de tentativas, aos familiares, a prevenção cientificamente orientada?

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

"DEPRESSÃO: UMA CRISE GLOBAL"

Washington – Ampliar o entendimento global sobre as doenças mentais é o objetivo do Dia Mundial da Saúde Mental da Organização Mundial da Saúde em 10 de outubro e a Semana Nacional de Conscientização sobre a Saúde Mental, de 7 a 13 de outubro nos Estados Unidos.
O foco da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2012 é “Depressão: Uma Crise Global”, promovendo uma maior abertura para os temas de saúde mental e mais investimentos nos serviços de prevenção e tratamento.
O consórcio de organizações que estudam a saúde mental estima que cerca de 350 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão, o que os especialistas dizem que é uma doença real do cérebro, não somente uma questão de mau humor ou de mau dia. Uma pesquisa internacional sobre a saúde mental no mundo, lançada em 2008, constatou que cerca de uma em cada 20 pessoas, de diversas nações, relatou um episódio de depressão no ano anterior à entrevista.
Perda de interesse ou prazer, diminuição de energia, sentimentos de culpa e baixa autoestima são todos sintomas de depressão e podem levar ao suicídio. A OMS informa que um milhão de pessoas tiram suas próprias vidas a cada ano – ou seja, cerca de 3 mil mortes por dia. Para cada suicídio bem sucedido, outras 20 pessoas podem tentá-lo.
A depressão é considerada uma das principais causas de incapacitação para a população em geral, mas ocorre a uma taxa 50% maior em mulheres do que em homens. Para as mulheres de países desenvolvidos e em desenvolvimento, a depressão é a única causa da maioria das deficiências, informa a OMS.
Tratamentos envolvendo medicamentos, psicoterapia e apoio psicossocial são eficazes para muitos pacientes, mas 50% das pessoas que precisam de tratamento não o obtêm, de acordo com a pesquisa. Em alguns países em desenvolvimento, o número é ainda menor, com apenas 10% recebendo ajuda e apoio para superar essa deficiência.
No mundo em desenvolvimento, o acesso ao cuidado apropriado é um obstáculo para o tratamento, porque há um quadro muito pequeno de profissionais de saúde mental em muitos países. Um informativo da OMS nota que alguns países podem ter apenas um único psiquiatra.
O estigma e o medo de ser marginalizado por causa de um transtorno mental também podem impedir um indivíduo de buscar assistência, mesmo em países desenvolvidos. O informativo da OMS relata pesquisas médicas que mostram que em um país europeu apenas 14% das pessoas buscam tratamento para a depressão no primeiro ano de um episódio.
Mas há progresso. A OMS relata que um esforço para oferecer psicoterapia de grupo na zona rural de Uganda ajudou substancialmente a reduzir os sintomas em mais de 340 homens e mulheres que participaram.
No Chile, cerca de 240 mulheres que sofrem de depressão grave participaram de um programa terapêutico no qual receberam assistência psicossocial com acompanhamento e tratamento de toxicodependência. O maior nível de assistência nesse grupo proporcionou uma melhoria de 70% em contraste com os progressos realizados por um grupo-controle que recebeu apenas a assistência padrão.
Nos Estados Unidos, a Aliança Nacional para a Doença Mental (Nami) observa uma semana de conscientização na primeira semana inteira de outubro por determinação de um ato do Congresso aprovado em 1990. A Nami relata que um em quatro adultos nos EUA experimenta um problema de saúde mental todos os anos. Um em 17 vive com uma enfermidade séria e crônica.
O Dia Nacional de Orações para a Recuperação e Entendimento de Enfermidades Mentais ocorrerá em 9 de outubro. O Dia Nacional de Diagnóstico de Depressão, durante o qual muitos profissionais da medicina nos Estados Unidos oferecem programas educacionais e de diagnóstico grátis, ocorrerá no dia 11 de outubro.
A Nami identifica-se como a maior organização de saúde mental dos EUA, trabalhando para construir uma vida melhor para os americanos afetados pela doença mental por meio da defesa de acesso a serviços, tratamento, apoio e pesquisa.

IIP DIGITAL

domingo, 14 de outubro de 2012

MARAVILHOSO MUNDO DE BOB

Hoje é comemorado o Dia Mundial da Saúde Mental. O tema deste ano alerta para os males causados pela depressão. A doença, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), afeta 350 milhões de pessoas de todas as idades. Para lembrar a importância da data, a Secretaria de Estado da Saúde vem realizando várias atividades durante toda a semana.
Desde o inicio do mês, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), através da Gerência de Saúde Mental, vem mobilizando os municípios do Estado que possuem Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) a desenvolverem ações.
Em Teresina, por exemplo, foi realizado nesta quarta-feira (09), o I Fórum sobre a Implantação da Rede Estadual de Atenção Psicossocial (Raps).  “As Residências Terapêuticas, associações e Caps de vários municípios participaram do evento trazendo suas experiências. Os serviços oferecidos têm surtido efeitos positivos, tanto no aspecto da melhora no acesso, como na recuperação parcial e total de dezenas de pacientes”, afirma Deusa Fernandes, Gerente de Saúde Mental da Sesapi.
A abertura do evento foi marcada por depoimentos emocionantes de profissionais e usuários. A paciente Lédia, de 45 anos, comoveu os participantes. Depois de viver 12 anos acorrentada pela família por conta de transtornos mentais, ela foi submetida a tratamento na ResidênciaTerapêutica do bairro Memorare obtendo resultados satisfatórios.
“Adoro meus amigos da residência, me tratam muito bem. Hoje estou feliz por está com vocês nesse evento”, afirmou. As Residências Terapêuticas são conveniadas pela Sesapi e, de acordo com o Ministério da Saúde, podem atender até oito pacientes.
“Estes pontos residências são apenas um das dezenas de serviços que estamos desenvolvendo em Teresina e no interior. Outras cidades se destacam com Floriano que já possui o CAPS-Ad-III, que funciona em regime de 24h. Queremos expandir através da implantação da Raps todos estes serviços.”, enfatiza Deusa Fernandes.
Segundo a apoiadora do Ministério da Saúde, Paula Guerra, a Política Nacional de Saúde Mental, apoiada na lei 10.216/01, busca consolidar um modelo de atenção à saúde mental aberto e de base comunitária. “O modelo brasileiro conta com uma rede de serviços e equipamentos variados tais como, os CAPS - os Serviços Residenciais Terapêuticos, os Centros de Convivência, mas para isso é preciso o apoio condicional dos municípios, deixando de lado as questões partidárias e mostrando que o que vale é dar qualidade de vida a população”, destaca.
Pelo interior do Piauí merecem destaque os Caps de Água Branca, Floriano e São João do Piauí. A coordenadora do Caps de São João do Piaui, Livia Rocha mostrous experiências exitosas no fórum. “Um homem que foi excluído pelos pais, se entregou ao mundo das drogas e do álcool e de repente se descobre com um talento voltado para as artes plásticas, mostra que quando se tem estrutura e profissionais qualificados é possível recuperar essas pessoas”, disse a psicóloga que finalizou sua apresentação mostrando telas pintadas pelo paciente.
Várias atividades também foram desenvolvidas por associações com o apoio da Sesapi no I Ciclo de Palestras sobre Saúde Mental. O evento acontece até hoje no Cine Teatro da Assembléia Legislativa.
A décima edição do Saúde Mental em Dados, um levantamento do Ministério da Saúde sobre a Rede de Atenção Psicossocial no Brasil, mostra o Piauí como o sexto estado com melhor cobertura de CAPs. O estado saiu da média de 0,03 em 2002 para 0,91 em 2011. Apenas a Paraíba (1,27),
Sergipe (1,16), Rio Grande do Sul (1,07), Ceará (0,95) e Rio Grande do Norte (0,92) obtiveram desempenho superior.  A cobertura assistencial do país chegou a 0,72 CAPS por 100.000 habitantes.
10 de Outubro
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 450 milhões de pessoas são atualmente afetadas por desordens mentais e neurológicas, sendo que milhões nunca buscarão ou receberão tratamento. Transtornos mentais são reais, diagnosticáveis, comuns e universais. Se não tratados, podem produzir sofrimento e graves limitações nos indivíduos, além de perdas econômicas e sociais.

Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi)
Assessoria de Comunicação
www.saude.pi.gov.br
(86) 3216-3610 / 8802-9604 / 8851-2074

CONASS

MAIS MARAVILHAS...

A terça-feira (09) foi de futebol entre os pacientes do Hospital Areolino de Abreu. A unidade de saúde está realizando desde ontem, uma série de atividades alusivas ao Dia Mundial da Saúde Mental, comemorado em 10 de outubro.

“É uma forma de mostrar que eles podem e devem se divertir e praticar esporte como qualquer pessoa”, diz Carlos Alberto, supervisor de Terapia Ocupacional do HAA, ressaltando ainda a exposição de telas e artesanatos produzidos pelos pacientes que também acontece no hospital.

Nesta quarta-feira, 10, Dia Mundial da Saúde Mental, o HAA promove a palestra “Cuidando do Cuidador” com o médico psiquiatra, Francisco de Assis Rocha.
“No encerramento teremos apresentação artística e premiação para equipe vencedora do torneio de futsal. Familiares, funcionários e colaboradores, toda a sociedade está convidada a participar”, convida a diretora do HAA, Maria das Graças.
Foto: Carlos Alberto/HAA

sábado, 13 de outubro de 2012

MÕNICA DAS RUAS



Essa moça aparenta uns vinte anos ou mais ou menos. Tem olhos verdes, parece que não fala, até hoje só consegui lhe tirar alguns sons guturais. Pesquisando entre os vizinhos das ruas por onde remexe o lixo, me disseram que se chama Mônica e deve morar num bairro vizinho ao meu. Tem fixação por livros, revistas velhas e cartelas do Piaui CAP vencidas.
Algumas pessoas a alimentam, quando contrariada "geme" alto e bate a cabeça em paredes ou muros. Como Deus não me poupa nesta questão da loucura: sempre vejo Mônica, quando saio de manhã, ou estou voltando do trabalho, de alguma intervenção, etc. Ela está na rua desde às sete da manhã. Acho que tem familia porque troca de roupa. Também cogito que tenha mais que transtorno mental, mas que tenha algum grau de retardo, pela expressão dos olhos e suas reações naturais quando a chamamos pelo nome,  não responde e sempre foge.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

NINHO DE CUCOS: DIA MUNDIAL DA LOUCURA!

Quinta-feira é minha folga no trabalho, justificada pela ida às terapias naturistas. Hoje especialmente levei comigo. Ambas "amolecemos", ela por três meses de medicação, três vezes ao dia, está usando agora o coquetel psi: respiridona, carbolitium e diazepan. Seus bracinhos rígidos denunciam rápido sua condição. A medicação a desligou, de logorrêica a monossilábica, de agitada a catatônica. A antes independente, eufórica jovenzinha que mexia com quem passasse, agora segura minha mão, com coordenação motora robotizada, parece não perceber os outros. Eu também não. Vamos as duas sentadas de mãos dadas no ônibus. Uso uma camiseta que Deusinha Alcântara da gerência de saúde mental do Estado me deu ontem. Não me importo com a marca repulsiva do governo gravada atrás, nem a frase do Dalai Lama,  abaixo da figura de um quebra-cabeças que forma um rosto humano. Uma arte bem colorida numa leve camiseta branca, talvez as cores e o carinho de Deusinha tenham feito usá-la de manhã e a tarde de hoje. Crítica, prefereria uma frase do Paulo Amarante, do Carrano, de um usuário anônimo sobre um evento sobre redes psicossociais. Mas amoleci, já não me importo se a gerente de saúde mental é uma sobrinha da afastada Leda Trindade, moça de 24 anos, somente com ensino médio, estudante de medicina, que me diz faltar ao trabalho por está de plantão na Evangelina Rosa ou que me digam que a FMS está promovendo um seminário, curso ou não sei bem o quê sobre suicídio: espero que saia a implantação de algum serviço efetivo de prevenção. Não me importo mais com o que nossos gestores façam, somos abandonados institucionalmente. Seguro firme a mão de até o espaço das práticas integrativas, finalmente aceitou pela primeira vez a acupuntura auricular. Pegamos mais um floral, pedimos para colocar na conta e vamos  ao centro espirita André Luiz, dormiu que roncou, uns quarenta minutos durante a transmissão de bionergia ( passe). Voltamos para casa. Esta noite foi dormir na casa da tia ( dormiu umas três noites na minha casa), tudo parece tranquilo. Toda rede que a embala, balança suavemente e o bichinho da maçã da loucura parece já querer adormecer dentro da pequena, ainda magra jovem de dezenove anos. Choveu hoje a noite, daqui a minutos será dia das crianças e de Nossa Senhora Aparecida. Vou à procissão, não resisto ao apelo da gente com velas acesas entoando cantos, só não  assisto a missa, ritual longo, não tenho paciência.
Releio Estranho no Ninho, justamente a parte que os pacientes conseguem chegar até o mar. Sinto-me um tanto McMurphy, o protagonista, confesso que sinto medo do amolecimento.

PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.