sexta-feira, 26 de junho de 2009

USUÁRIOS, UNÍ-VOS!!!


Os Centros de Atenção Psicossociais (CAPS) são considerados estratégia prioritária adotada no processo de desinstitucionalização prevista pela Reforma Psiquiátrica. São implantados com a missão institucional de substituir a rede manicomial de assistência, visando à diminuição das internações e reinternações em suas dependências, promovendo a reabilitação psicossocial de pacientes psiquiátricos, bem como a prevenção da cronificação de casos. Os serviços prestados nos CAPS pretendem desenvolver novas tecnologias de cuidado integral em saúde mental, baseados em princípios como liberdade, cidadania, acolhimento, territoriedade, emancipação, dentre outros (GOLDBERG; Boletim 18 de maio, RJ:2004).

ARTICULAÇÃO SAÚDE MENTAL E SAÚDE BÁSICA

Há uns dez meses atrás mais ou menos num encontro sobre orientação sexual para adolescentes, uma profissional ligada a saúde básica deu-me as seguintes informações sobre uma familia residente na vila Mocambinho com seis membros, quatro pessoas com transtorno mental, três já sofreram internações integrais (F.20), uma se encontrava naquele momento em crise aguda, outra medicada com sintomas moderados e uma desaparecida. O auxilio que o CAPS norte ofereceu foi apenas a medicação.
Ontem um familiar pedia minha ajuda para internar no hospital psiquiátrico uma senhora com dependência química, paciente do CAPS-ad, porque esta abandonou familia e filhos, rejeita medicação e desaparece por semanas ou meses. Mora no Dirceu Arcoverde I.
Hoje fui informada do destino de um usuário acompanhado pelo Ninho, 22 dias no Sanatório Meduna e quinze dias no CAPS-ad, residente no São Pedro, a família mandou-o para o interior do Pará, para casa de uma irmã. Observo que há o hábito de algumas famílias enviarem usuários depois de uma crise para cidades do interior, onde não há nenhum recurso psiquiátrico, será que imaginam que a loucura é urbana?
Me pergunto se estas equipes de CAPS implantados a partir de 2005, com profissionais em sua maioria já com cursos, especializações patrocinados pelo programa de educação permanente e qualificação do SUS para a Reforma Psiquiátrica, estão dentro dos limites da intervenção das instituições públicas, CAPS fora do território dos usuários, não tem carro, ambulância, perua, nenhum meio de transporte para deslocamento. Será que podem usar o telefone? E os usuários têm telefones? Ao CAPS cabe a articulação da rede psicossocial de reabilitação e inserção social deste usuário sob condição psicótica. Encontrei um certificado de um seminário sobre saúde mental na atenção básica de setembro de 2004, coordenada por professora Lúcia Rosa, ela própria, salvo engano, ministrou curso diretamente para uma turma de agentes comunitários de saúde e no segundo semestre de 2007 na organização do curso Serviço Social e Saúde Mental, cuja grande temática era o trabalho em redes sociais, não conseguimos a fala das atuais coordenadoras do ainda Programa Saúde da Familia, do municipio e nem estadual.
É uma articulação imprescindível e complementar aos dois serviços na comunidade, enquanto isso não acontece. Fico aqui com minhas cismas como ficava quando era estagiária de Serviço Social do HAA, os braços desse serviço, que resolviam tudo para o usuário quanto a questão de direitos, acaba com alta. Não há um agente da condicional.

NA PÁGINA POLICIAL

DESAPARECIDO

Raimundo Nonato de Carvalho Antão, 39 anos, que sofre de esquizofrenia, residente na cidade de Pio IX, está desaparecido desde sábado em Teresina, quando se perdeu.
Informações pelos telefones:
9997-1036/9979-4761/9926-6677 e 9924-4755
Nota na página 7 do Diário do Povo do Piauí
25 de junho de 2009

terça-feira, 23 de junho de 2009

REUNIÃO DO NINHO: PRECISAMOS DE MAIS ASAS COM URGÊNCIA;PRIORIDADE PARA VOLUNTÁRIOS QUE USEM MEDICAÇÃO CONTROLADA

Nesta roda de conversa, faremos uma exposição do trabalho do Ninho, nestes dois anos. Uma prática espontânea que agora nos propomos sistematizar:padronizando um abordagem baseada nos pressupostos de saúde comunitária, na formatação de grupos de apoio, suporte e ajuda mútua. Apresentaremos casos para intervenção pelo grupo presente. Dia 27, sábado. 16:00 horas/ Centro Comunitário/final do Renascença 1/Porto Rico. Leve esteira ou almofada (Se possível), infelizmente, ainda não temos cadeiras. Somente hoje a sala ficou livre, companheiros alagados deixaram o espaço.
Contatos:
Edileuza -3081-7208/ 9402-4035/ 8824-6343
Lucinda - 9936-3544
Caitano - 9990-5998

domingo, 21 de junho de 2009

INTERNAÇÕES INVOLUNTÁRIAS: alguém em Teresina já ouviu falar dessa parte da lei 10.216/001


São Paulo e Rio têm sistemas precários para acompanhar internações involuntárias

Sábado,20 de de 2009 06:06

Oito anos de reforma da assistência a doentes mentais no País ainda não garantiram uma fiscalização adequada das internações psiquiátricas involuntárias, as que ocorrem contra a vontade do paciente. Isso porque ainda não há comissões fiscalizadoras de sua necessidade. A situação dá margem para que os direitos dos doentes sejam desrespeitados. Só na capital paulista, uma média de 14 pessoas foram internadas diariamente em hospitais psiquiátricos contra a própria vontade em 2008, um total de 5.055 indivíduos, segundo dados inéditos da instituição. As comunicações foram feitas ao Ministério Público do Estado de acordo com o preconizado pela Lei 10.216, que determinou, a partir de 2001, que as internações deveriam ser o último recurso terapêutico e que, se não houvesse consentimento do doente, deveriam ser levadas às promotorias em 72 horas. No entanto, apesar do esforço, o sistema de comunicação via internet só funciona na capital - no restante do Estado, é feito por papel. Também não existe, como previsto em portaria de 2002, uma comissão externa de médicos e outros profissionais para revisar as internações após sete dias, o que deveria ser implantado pelo governo estadual, com a possibilidade de participação de usuários dos hospitais psiquiátricos. Além disso, na maioria das vezes, não há dados específicos do diagnóstico. "Os promotores trabalham só mediante denúncia", reconhece o promotor Reynaldo Mapelli, responsável pela área de saúde do Centro de Apoio Operacional Cível. O próprio Censo Psicossocial dos Moradores em Hospitais Psiquiátricos - que levou em conta aqueles que estão há pelo menos um ano em hospitais -, trabalho inédito do governo paulista que será apresentado nesta semana, alerta que 77% das internações de 6.349 pacientes foram involuntárias. Entre as suas recomendações, reconhece a necessidade de criação da comissão revisora, além de todas as ações necessárias para acabar com pacientes moradores, situação que contraria a lei, pela qual instituições asilares são proibidas. Além disso, São Paulo não realizou nem mesmo a última avaliação dos hospitais psiquiátricos do Ministério da Saúde, o que ajudaria a ter um quadro mais atualizado sobre a qualidade da assistência. A secretaria informou que participará da próxima avaliação e que já discute implantar a comissão. A precariedade na fiscalização não é exclusividade paulista. "Aqui a comissão está instalada, mas não tem uma regularidade que eu possa dizer que seja a contento", admite o gerente de saúde mental do Estado do Rio de Janeiro, Marcos Gago, onde só a capital tem cerca de 2 mil internações involuntárias por ano e o Estado, 3 mil pacientes moradores. As comunicações chegam todas por papel ao Ministério Público fluminense. "O MP não consegue lidar com tantas informações. A questão da reforma não é acabar com as internações, mas dar qualidade a tudo isso", diz Gago. O Estado estuda criar comissões regionais. O controle das internações foi o meio de garantir o direito à cidadania dos doentes, explica Paulo Amarante, responsável pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Fundação Oswaldo Cruz. "Uma pessoa recolhida assim não tem visibilidade social e há risco de a internação ser feita por uma herança, por uma briga de casal", diz o especialista. Amarante acrescenta, no entanto, que não só as internações involuntárias como as voluntárias - que pela lei têm de ter termo de livre consentimento do paciente - deveriam ser fiscalizadas. "É muito nebuloso. Hospitais registram como voluntária para não ter burocracia." O especialista explica ainda que, como a lei não definiu qual seria o papel do Ministério Público na fiscalização, há uma diversidade de entendimentos. Em Pernambuco, por exemplo, o MP tem a prática de efetivamente visitar uma amostra das pessoas internadas, para verificar a real necessidade da hospitalização - hoje sabe-se que, com os remédios existentes, longas internações não são necessárias. Outras promotorias trabalham por meio de denúncia. Sérgio Tamai, responsável pela área de saúde mental da Federação de Hospitais do Estado de São Paulo, diz acreditar que a fiscalização é de difícil implementação, por causa do volume de internações. "É difícil traduzir isso em ações em São Paulo, por exemplo." Afirma ainda que os abusos não ocorrem com frequência. "Isso é ficção, coisa de novela", defende. O Ministério Público paulista só descobriu que uma clínica para dependentes de drogas em Embu Guaçu (a 47 km da capital) fazia internações ilegais após receber relatórios da vigilância sanitária e depois de familiares fazerem denúncias. O local não tinha sequer médico responsável, prontuários em branco, alimentos estragados, ratos e correntes nas portas. As internações involuntárias não eram registradas. Um dos donos da clínica, o ex-cantor Rafael Ilha Pereira, é investigado por suposto homicídio de um paciente que tentou levar à força para o hospital. Além disso, Ilha teria também tentado levar à força uma mulher supostamente usuária de drogas, que disse à polícia que foi o ex-marido que pediu que fosse internada, por vingança. "Não tínhamos conhecimento do que ocorria", diz a promotora Maria Gabriela Manssur. A clínica foi fechada recentemente e repassada a um terceiro. (informações do Estadão)

domingo, 14 de junho de 2009

VIVA OS OBLONGS!!!!!!!!!!

Caminhada da Acessibilidade, sábado, 13 de junho.
APOIO:
AMA, APAE, APADA, AMH,NANISMO,CEIR,ASTE,ASCAMTE,ACEP,SOADF,CIES,PESTALOZZI,LAR RENASCER,FCD,
ANA CORDEIRO,AOSEPI. Isso estava escrito nas camisetas, mas estavam presentes o grupo Matizes, OAB, CAS, eu estava lá como mãe de surda, Flora Isabel, Nazareno Fonteles e outros representantes governamentais.
13 de junho é o dia Nacional da Pessoa com Deficiência, as leis já existentes que beneficiam os PPDs não nos protegem. Continuamos inimputáveis ou presos no manicômio. As outras deficiências tem cotas nos concursos, nós temos que provar que estamos em plena sanidade mental, passando por junta médica psiquiátrica depois de aprovados. Melhor dizer que está tudo bem. Nos esconder como noutro filme de bonecos esquisitos programados para se esconder, lutar jamais, de um exército de outros bonecos normais, soldados tipo Rambo programados para exteminar-los.

Acaba de sair um livro importante para o movimento em defesa dos direitos de gays e lésbicas. É a nova publicação da Fundação Perseu Abramo, Na trilha do arco-íris: Do movimento homossexual ao LGBT, de Júlio Assis Simões e Regina Facchini.

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Não posso deixar de registrar que recebi email da Associação Brasileira de Psiquiatria em apoio ao post sobre a homofobia. Quem conhece a história da psiquiatria sabe como isso é significativo. A ABP lançou um projeto de estudos sobre os efeitos da discriminação.


Essa postagem está no blog O Biscoito Fino e Massa

http://www.idelberavelar.com


ABP progressista, procurando o perdão de 500 anos, tal a igeja pediu perdão a Galileu. Mas acrescente-se aqui se um homossexual for pessoa com transtorno mental, a ABP defenderá que este seja tratado no manicômio ou no "hospital psiquiátrico humanizado". Conversa para boi dormir.

PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.