segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

GERÊNCIA DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO MUNICPIO

Um termo de ajuste de conduta (TAC) firmado entre Ministério Público e FMS, numa audiência pública em janeiro de 2010, conseguimos passar uma cláusula que garantia num período de um ano a criação de uma gerência de saúde mental no município. O então secretário de saúde era o atual prefeito Firmino Filho, muitos acordos daquele TAC foram cumpridos, poderíamos dizer que foi o TAC que finalmente fechou o Sanatório Meduna. Desde então, cobramos a implementação da gerência.
Hoje soube que na reforma administrativa da FMS, finalmente a Gerência de Atenção Psicossocial do Município foi criada e seu primeiro gerente é o psiquiatra Francisco de Assis dos Santos Rocha, que pesquisou no mestrado e publicou livro com a temática do suicídio e também estudos sobre alcoolismo.
Em post no facebock a vereadora Teresa Britto informa que foi sua a emenda parlamentar que garantiu sua inclusão na lei da reforma administrativa geral. Fiquemos de olho que se cumpra de fato ações dessa gerência. De primeira mão fiquei sabendo que o gerente pediu relatórios a todos os serviços da rede, principalmente dos CAPS.
Bom seria se convidasse o movimento de usuário dentro da utilização daquela comissão de saúde mental criada em 2001 também no primeiro governo de Firmino, que só reuniu-se uma vez em fevereiro de 2010, e podéssemos expor as necessidades reais de acesso a rede: CAPS desterritorializados, distantes das comunidades de quem usa SUS como o CAPS leste no Jockey Clube e o Sudeste no bairro Gurupi, ambos com grande inacessibilidade de linhas de ônibus. Urgência da formulação de um projeto de um CAPS i municipal, temos um número excessivo de crianças psicóticas, filhos de mães e pais dependentes químicos que demonstram sérios comprometimentos cognitivos e de comportamento, adolescentes com sérios sofrimentos psíquicos dentro das escolas do municipio. A adequação dos ambulatórios dos hospitais municipais aos usuários da rede de saúde mental, há a necessidade de além de um psiquiatra, a contínuidade da psicoterapia com psicólogo e ou a implementação de práticas integrativas e complementares a medicação, como a medicina chinesa com acupuntura e suas diversas massagens e práticas naturistas como florais, além da Terapia Comunitária, Biodança e Yoga que dão excelentes resultados na manutenção da estabilização dos sintomas das diversas patologias mentais, finalmente temos a questão da intersetorialidade das politicas que realmente pode promover a reintegração, "os recontratos sociais" para muitos usuários reabilitados nos CAPS que é a promoção do trabalho protegido, a gerência (esperemos que multiprofissional) possa está articulando junto com os CAPS ações conjuntas com outras secretarias como SEMDEC, Fundação Wall Ferraz e outras que possam promover a geração de renda, a inserção ou volta ao tabalho, de muita gente que precisa disso para evitar novas crises, recriar novamente suas vidas no mundo (da produção capitalista) da razão.
Estou bastante esperançosa em dias melhores para nosso usuário de saúde mental teresinense.

sábado, 19 de janeiro de 2013

SAÚDE MENTAL, TRABALHO E ATENDIMENTO NO SUS

PESQUISA EM SAÚDE MENTAL E TRABALHO NA REDE DO SUS

Durante o ano de 2013 será desenvolvido um projeto de pesquisa com vistas a criar rotinas para compreensão e para a atenção à saúde ao sofrimento psíquico produzido pelo trabalho no Brasil. Intitulado Proposta para construção de rotinas de atendimento em saúde mental e trabalho em pacientes atendidos na rede do Sistema Único de Saúde, o estudo é uma demanda da Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador (CGSAT/MS), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) e será financiado através do Chamamento Público nº 01/2012.
Terá como objetivo geral identificar as consequências do trabalho sobre a saúde de trabalhadores atendidos na rede do SUS, com vistas a estabelecer uma rotina de atendimento, bem como identificar o perfil de adoecimento em saúde mental relacionado ao trabalho; identificar os serviços e/ou profissionais que encaminham os pacientes e o motivo do encaminhamento; propor rotinas para o diagnóstico e a atenção à saúde mental no trabalho, bem como, definir as respectivas condutas e indicar propostas para a formação de recursos humanos em saúde mental e trabalho no âmbito do SUS.
A pesquisa levará em consideração as dificuldades no estabelecimento do nexo com o trabalho e no diagnóstico dos distúrbios psíquicos relacionados ao trabalho, pois, embora estes distúrbios apresentem alta prevalência entre os agravos que acometem a população trabalhadora, sua identificação, diagnóstico e registro, frequentemente, deixam de ser realizados pela rede de serviços de saúde do setor público e privado.
O estudo será coordenado pelo Laboratório de Psicodinâmica do Trabalho, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o Ambulatório de Doenças do Trabalho/Serviço de Medicina Ocupacional, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e contará com a consultoria de vários importantes especialistas nacionais na área.
Prof. Álvaro Roberto Crespo Merlo
RENAST online

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

ABRASME: DIREITOS HUMANOS E SAÚDE MENTAL

Associação Brasileira de Saúde Mental – Abrasme
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
cbsm.abrasme@gmail.com
www.cbsm.org.br

CHAMADA DE ARTIGOS
Número Temático Impresso

DIREITOS HUMANOS E SAÚDE MENTAL

Dezembro 2012

Este chamada é referente ao segundo número impresso dos Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, revista que foi criada on line, já indexada nas áreas de Saúde Coletiva, Psicologia e Educação Física. A revista apresenta-se hoje como um importante veículo de produção de conhecimento no campo da Saúde Mental e da Atenção Psicossocial e tem propiciado reflexões sobre os avanços, debates, controvérsias e propostas emergentes no campo, apresentando estudos, opiniões e discussões sobre os temas que permeiam este complexo campo de trabalho e saber. Destacam-se como focos de interesse temático as políticas sociais, o cuidado, os serviços e a assistência, as relações das ciências sociais e humanas, epistemologia, ética e estética, no campo da saúde mental.

Em 2012 veem-se novos direcionamentos e novos desafios na consolidação do SUS e da Política Nacional de Saúde Mental no contexto da Reforma Psiquiátrica, que pedem uma reflexão aprofundada sobre a questão dos direitos humanos em sua relação com o campo da saúde mental: as questões referentes às drogas e particularmente ao crack  violências urbana, e doméstica, sexual, de gênero e étnica, direitos humanos dos segmentos da diversidade cultural, populações prisionais, persistência do modelo manicomial ainda forte e resistente, etc.  
 
Por isso, os Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, com o apoio da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP) do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) convida a participarem em um número especial, temático, com edição impressa e on line, voltado para os direitos humanos em relação ao campo da saúde mental.

Relatos de pesquisa, ensaios, debates, opiniões, análises históricas, visões contemporâneas, artigos de revisão, abordagens pertinentes ao tema, constituirão este número, cujo lançamento deverá ocorrer no I FÓRUM NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS E SAÚDE MENTAL a realizar-se em São Paulo de 24 a 26 de maio de 2013.

Todos os artigos devem ser inéditos e serão submetidos aos critérios de avaliação previstos pela revista. As normas de publicação e trâmites para submissão e aprovação dos textos são encontradas na página da revista, www.cbsm.org.br .

Data limite para o recebimento dos originais é 01 de março de 2013.

Ass. Editores dos
Cadernos Brasileiros de Saúde Mental




domingo, 6 de janeiro de 2013

LOUCOS DE RUA DO RENASCENÇA I

Há dias que em praticamente cada esquina que dobro me deparo com Mônica, revirando lixos atrás somente  de papéis, revistas, cadernos velhos, adora  as cartelas do Piaui Cap. Descobri que fala, nunca a alimentei, no bairro quem já o fez, ela chega na hora das refeições, quer ver novela, etc. Contrariada, se automutila, bate a cabeça em muros ou paredes, esmurra-se com as próprias mãos.
Algumas pessoas já me abordaram "cobrando providências". Digo que transtornos mentais é responsabilidade de todos na comunidade, que alguém pode pocurar o endereço dela me entregar que lançaremos a rede: Visita domiciliar, Ministério Público e a informação "ativa" de sua presença aos serviços do território, CAPS sudeste e CRAS sudeste III. A maioria preocupada são comerciantes, os religiosos são indiferentes e os muitos loucos mansos da região, a olham com medo, mais de seus próprios surtos do que os dela. Lamentável a falta de solidariedade da maioria que a todo custo mantém seus atestados de normalidade.
O Amigo no Ninho tem optado por intervenção apenas com mulheres, nosso grupo compõe-se somente de mulheres, a maioria sem maridos ou filhos adultos, não temos sede, nossos endereços são na comunidade, por cuidado apenas, não por preconceito preferimos lidar apenas com as psicóticas. Homens desfiliados, carentes de toda e qualquer afeição, mesmo   por conta das patologias mentais consideramos o nível de risco mediante a violência natural masculina, demonstrada nas estatísticas policiais sobre violência doméstica contra mulheres. Assim é que temos na comunidade um significativo número de loucos, na maioria dependentes químicos com a saúde mental comprometida. Só podemos orientar a familia a procurar os inúmeros serviços na área da drogadição. Mas um certo e querido e alguns, Ramires, está virando homem do saco, pedindo às portas, sempre em surto jogou pedras, xingou. Também moradores pedem ajuda do Ninho, o Ninho recorre a atenção básica que esta mobilize os serviços na área, intervenha com a familia que não conhecemos. Penso que a RAPS - Rede de Atenção Psicossocial - se fosse de verdade, poderia manter equipes de consultórios de rua nas periferias a partir de um estudo epidemiológico. Mas nunca se fez saúde mental com seriedade no municipio, aliáis com tanta divisão da FMS, quem vai cuidar mesmo da saúde mental? Ficamos aqui na ponta sofrendo junto com o usuário, com nosso fígado exposto aos urubus...

PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.