domingo, 31 de julho de 2011

XXIX Congresso Brasileiro de Psiquiatria com o tema “Acesso a Tratamento e Justiça Social”, promovido e organizado pela Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP e pela Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro - APERJ, nos dias 02 a 05 de novembro  de 2011, no Riocentro Exhibition e Convention Center, Rio de Janeiro/RJ.
Inscrições e informações pelo site http://www.abpbrasil.org.br/, pelo telefax: 21 2199-7500 ou pelo email: cadastro@abpbrasil.org.br; congresso@abpbrasil.org.br
 
 
Terá alguma mesa redonda, conferência, grupo de trabalho sobre os números da mortalidade dentro de hospitais paiquiátricos? Acesso ao tratamento terá alguma coisa a ver com acessibilidade, autonomia, autogestão da própria vida? Justiça social terá algo a ver com direitos humanos, que a APB irá se mobilizar para melhorar moradias, fim ou humanização dos cárceres privados, melhorar o atendimento nas ruas e demais porões da loucura? Sonha Louca pela Vida! Sonho é grátis. 

sábado, 30 de julho de 2011

SAIBA O QUE É TERAPIA COMUNITÁRIA

Terapia Comunitária
O que é a terapia comunitária:
Vídeos
 Importante ferramenta nas rodas do amor terapêutico promovidas pelo Amigo no Ninho, a Terapia Comunitária fortalece a autoestima e o resgate de valores como solidariedade, compaixão e partilha.
 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Aspectos legais da internação involuntária de paciente psiquiátrico

Aspectos legais da internação involuntária de paciente psiquiátrico

Excelente texto para reflexão, traz informações históricas contextualizando

com a realidade da internação atual e nos remete a questão das várias mortes

recentes dentro de hospitais psiquiátricos brasileiros.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

OMS divulga mapa global da depressão

OMS divulga mapa global da depressão: "O relatório da OMS reúne estudos populacionais em 18 países e indica relação entre a depressão e as condições sociais. Brasil tem prevalência superior a 10%."

Antes era melancolia, agora é depressão o novo eufemismo para loucura. Mas suas causas além das biológicas, continuam as
mesmas.

WORKSHOP DE CONSTELAÇÕES FAMILIARES - 20 E 21 DE AGOSTO EM TERESINA

por Maria Ismenia Reis Pereira, quarta, 20 de julho de 2011 às 10:58
Olá!
Temos novidades para você:
Estamos organizando um Workshop de Constelações Familiares para os dias 20 e 21 de agosto, com o Psicoterapeuta Abdelaziz Aboud Santos, de São Luís-MA

Formação em Terapia Sistêmica -  Constelações Familiares pelo Hellinger-Institut Landshutcom.  Facilitador de Pathwork, terapeuta de Freqüências de Brilho. Formação em Biodança, Medicina Chinesa. Psicólogo Clínico.


Numa constelação, a pessoa tem a oportunidade de conhecer a própria "imagem interior" de sua família de origem ou da família atual.
Freqüentemente a pessoa procura dentro de si ou nos outros a causa dos seus problemas ou doenças, muitas vezes sem encontrá-la porque ela tem suas raízes em acontecimentos familiares passados que agora se manifestam em si ou na sua família.



Vagas limitadas!  FAÇA SUA RESERVA!
e-mail: biodanca.piaui@gmail.com

Abraços cordiais

terça-feira, 26 de julho de 2011

ENTRE PARA O CLUBE DOS ALCOOLISTAS CONHECIDOS E DESPREZADOS



As fotos são minhas. Este ponto de ônibus fica em frente ao Barrosão, perto da praça da Costa e Silva, Teresina. Estas propagandas de uisque estão espalhadas nas principais avenidas da cidade, em paradas de ônibus ou out door. Imobilizada em casa por conta de uma cirurgia, não tive como pesquisar em  supermercados ou lojas de bebidas o preço do tal produto. Mas imagino que o preço seja popular. Quando se faz propaganda aguarda-se retorno em vendas, se o tal uisque está nos pontos de ônibus, é que a estratégia da marca quer de alguma forma atingir este público: o trabalhador, trabalhadora ( já que as mulheres estão bebendo tanto quanto os homens) assalariados que dependem da condução coletiva. Pretendem popularizar o uisque numa classe social que toma cerveja e cachaça. Deveria ser crime. Cadê o projeto em tramitação no congresso nacional que limita a propaganda de bebidas somente a espaços de revenda?
Minha indignação tem a ver com a condição infeliz e desastrosa de alguns vizinhos alcoolistas, já famosos "pé inchados" na comunidade. Dois morreram nestas últimas semanas. Bebiam num famoso boteco, que abre ás seis da manhã e os homens já começam a beber. Não existe consultório de rua, agente de saúde, CAPS ad intinerante, leitos de desintoxicação do Mocambinho, nada, nenhuma intervenção institucional nesta área da região sudeste. Meus bons amigos do AA infelizmente, de portas e coração sempre aberto para áqueles que desejam a sobriedade não conseguem sozinhos, salvar alguns.
Quem pode obrigar a retirada destas propagandas de bebidas de locais públicos pelos quais pagamos sua manutenção com nossos impostos, como os pontos de ônibus? Esse uisque não poderia bancar o tratamento de alcoolistas já doentes?

CONFERÊNCIAS DE POLITICAS PARA MULHERES

DATA DAS CONFERÊNCIAS
MUNICIPAL – TERESINA 23 E 24 AGOSTO 2011 LOCAL: ATLANTIC CITY
ESTADUAL - TERESINA-PI 11 A 13 OUTUBRO 2011 LOCAL: ATLANTIC CITY
NACIONAL – BRASILIA 12 A 14 DE DEZEMBRO

Informação do faceboock. Informam ainda que as inscrições podem ser feitas na data, no Atlantic City, mas é bom passar na Casa dos Conselhos, na praça da Bandeira e pegar maiores informações no Conselho da Mulher.
Workshop
Terapia Comunitária Integrativa na Atenção Primária à Saúde

Convite

O Instituto Maria dos Prazeres (CE/PI), em parceria com o Instituto Metrópole Educacional (PI) e o MISC – Movimento Integral de Saúde Comunitária do Maranhão, realizará no dia 18 de agosto de 2011, no horário de 8h às 12h o Workshop: Terapia Comunitária Integrativa na Atenção Primária à Saúde, objetivando socializar informações e a experiência da TCI na Atenção Básica, bem como a formação de redes e conexões sociais de cuidado em saúde.

Data: 18 de agosto de 2010.
Local: Auditório do HEMOPI (Rua 1º de maio, 235 - Centro/Sul – Teresina-PI)
Inscrições ONLINE: www.metropole.pi.com.br
Inscrições gratuitas
(86) 3086.1017




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NARCIZO CHAGAS
(86) 3086.1017 / 8803.7828 / 9920.1969 - Teresina - PI

 
 

terça-feira, 19 de julho de 2011

PREVENÇÃO E CUIDADOS EM SAÚDE MENTAL INFANTIL 1

Estamos há alguns meses numa luta de sensibilização junto às instituições ligadas a educação, saúde e assistência social sobre a prevenção e assistência a crianças com transtornos mentais, crianças que convivem com pais psicóticos e acompanhamento a essas famílias.
Tem sido uma luta cansativa e inglória, pedimos no Ministério Público o cumprimento de um acordo firmado em audiência pública de 15 de janeiro de 2010, que obriga a SESAPI retirar das dependências do hospital Areolino de Abreu o funcionamento do CAPS i, conforme recomenda a portaria 336 que regulamento o funcionamento dos CAPS, que estes não devem dividir o mesmo espaço de um hospital psiquiátrico. Esta idéia, é original da Reforma Psiquiátrica, desinstitucionalizar (desospitalizar) a assistência psiquiátrica. Os serviços substitutivos gradualmente devem substituir o modelo hospitalar, extremamente medicamentoso, de exclusão comunitária e estigmatizador.
Vários estudos monográficos, relatórios de pesquisas acadêmicas, relatórios de estágios em diversas áreas realizados dentro e sobre o CAPS i apontam  deficiências estruturais do serviço, único do Estado, único numa capital de quase novecentos mil habitantes, não tem carros próprios para visitas domiciliares e acompanhamento, dependem do HAA ou SESAPI, vários funcionários são os mesmos do HAA, a única coisa que divide o hospital do CAPS, é uma grade, mas com portão permitindo a passagem, o CNPJ de 2006, mas continua com o mesmo endereço e em complemento do endereço, tem escrito: anexo do HAA.
O que hoje é CAPS i foi implantado em 1997, não em 2006, com uma proposta bem interessante, Instituto de Psiquiatria Martinelle Cavalca, num espaço anexo ao HAA que seria utilizado para instalação do manicômio judiciário do Piauí. Edmar Oliveira relata o fato em Von Meduna e a filha do Equador e Carlos Alberto Soares, único psiquiatra doutor em psiquiatria infantil do Piaui, seu idealizador escreve em excelente e crítico texto em CAPS i: Reconstruindo experiências no CAPS i "Dr. Martinelli Cavalca", de organização da nossa querida Lúcia Rosa e suas boas intenções em provocar reflexões das práticas profissionais dentro de nossos espaços manicomias.
Sobre o Instituto de Psiquiatria infanto - juvenil do Piaui, Dr. Carlos Alberto ainda em 1986, conta que  iniciou-se o atendimento psiquiátrico a criança e adolescente em nível ambulatorial,  onde estes dividiam os mesmos espaços que os adultos no ambulatório do HAA. Segundo ele fato que causava grandes constrangimentos para as crianças e suas familias, prejudicando muitas vezes o tratamento. As  cobranças da comunidade levaram a sensibilização da primeira dama da época, dona Adalgisa de Morais Sousa, "que abraçou essa causa, e com zelo, dedicação e sensibilidade às causas sociais, que lhes são peculiares, determinou ao Secretário de Saúde todas as providências para implantação do projeto." ( saudade desse modelo de primeira dama) Inaugurando o Instituto, hoje CAPS i, em 1997. Este ano esse adulto serviço, faz 25 anos. Onde estarão seus primeiros usuários? Nas enfermarias do HAA? Ou salvos na rua?

Levantamento mostra alto número de mortes em hospitais psiquiátricos

19/7/2011 12:56,  Por Radio Agência ANP
(1’39” / 391 Kb) – A região do município de Sorocaba, no interior do estado de São Paulo, registrou 104 mortes de pacientes em hospitais psiquiátricos no último ano. As informações são do professor de psicologia Marcos Garcia, da UFSCar e do Fórum de Luta Antimanicomial de Sorocaba (Flama). As mortes ocorreram em sete unidades de saúde. Os sete hospitais da região registraram mais mortes que todos os outros de mesmo porte do estado. Foram 104 contra 93, de outras 19 unidades.
Informações do Ministério da Saúde mostram que 12% dos brasileiros necessitam de algum atendimento em saúde mental, sendo que 3% da população geral sofre com transtornos mentais severos e persistentes. Para a presidente do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, Carla Biancha Angelucci, a internação de pessoas com problemas mentais em hospitais psiquiátricos só causa mais sofrimento ao paciente.
“Internação não é uma solução adequada para as pessoas que vivem em sofrimento psíquico. Ela acaba sendo uma solução pontual, que isola o sujeito, que ratifica preconceitos.”
A taxa de mortalidade foi de 3,14 por mil internações, contra 1,42 óbitos registrados no resto do estado.
As sete unidades acompanhadas foram: os hospitais Santa Cruz, Jardim das Acácias, Vale das Hortências, Vera Cruz, Mental Sorocaba e Teixeira Lima. Além deles, a Clínica Salto de Pirapora também foi acompanhada. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência está investigando as mortes.
De São Paulo, da Radioagência NP, Danilo Augusto.
19/0711


Seria interessante que um desses órgãos Conselhos Regionais de Psicologia, Serviço Social, Enfermagem ou Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado, Federal no Piauí fizessem algo parecido por aqui, um levantamento das causas das mortes de pacientes dentro do Sanatório Meduna e HAA nos últimos dez anos. Tenho quase que certeza que o resultado seria surpreendente, voto que o maior número de mortes será de homens dependentes químicos entre 22 a 36 anos. Infelizmente em nosso Estado a causa da saúde mental ainda  é invísível, tabu e rima com negligência e descaso.

FRATERNIDADE TERAPÊUTICA O AMOR É A RESPOSTA

Caríssimos e Caríssimas,
 
Você conhece nossa Fraternidade e escrevemos-lhe para  notificá-la (lo)  do Centro de Escuta, que é uma estratégia de aproximação da Comunidade,  numa perspectiva de Redução de Danos. Através do Centro de Escuta estamos mais acessíveis às pessoas em geral da  comunidade e, de maneira particular, aos usuários de drogas. Temos contado com algumas parcerias. Por exemplo: O Grupo Nova Criatura (corte de cabelo) e Toca de Assis (corte de cabelo).
Nosso Centro de Escuta funciona todos os sábados na Vila Ferroviária, de 17h às 19h. Temos o Cantinho das Crianças e o Atendimento aos usuários. Se quiser participar, pode escolher o espaço com o que se identificar melhor.
Procuramos sempre levar alguma alimentação para oferecer aos usuários e as crianças. E para estas atividades desejamos contar com sua contribuição. Abaixo colocamos uma tabela para que você possa assumir o lanche de um sábado que pode ser UMA destas opções: sopa, cachorro quente, bolo salgado ou doce, salgadinhos, pãezinhos, arroz com carne ou outra mistura... e algo para beber (suco, refrigerante, leite, chocolate). A escolha é sua:
 
Sábado (16/07) ____________________________
Sábado (23/07) ____________________________
Sábado (30/07) ____________________________
Sábado (06/08) ____________________________
Sábado (13/08) ____________________________
Sábado (20/08) ____________________________
Sábado (27/08) ____________________________
 
* No sábado, dia 30/07 estaremos realizando o BAZAR DA FRATERNIDADE. Para tal,  gostaríamos de receber roupas, sapatos, bolsas, bijouterias e outras coisas que estejam  em boas condições de serem repassadas para a comunidade por um precinho acessível. Neste dia estaremos completando um mês de Centro de Escuta e teremos uma programação especial para conscientizar a comunidade da importância e dos objetivos do Centro de Escuta. Desde já lhe convidamos para este dia e para contribuir com o Bazar. Pode ligar e combinar o dia e horário de deixar sua contribuição para o Bazar (3222-7633 ou 9948-2542).
 
AGRADECEMOS TER LIDO O EMAIL E A CONTRIBUIÇÃO QUE, COM CERTEZA IRÁ OFERECER, POIS SABE DA SERIEDADE DE NOSSAS AÇÕES COMUNITÁRIAS. QUERENDO CONHECER MELHOR ESTAMOS DISPONÍ VEIS E ADORARÍAMOS RECEBER UMA VISITA SUA. OFERECEMOS A FRASE ABAIXO EM GRATIDÃO:
 
" Consulte não seus medos, mas suas esperanças e sonhos. Pense não sobre suas frustrações, mas sobre seu potencial não usado. Preocupe-se não com o que você tentou e onde falhou, mas com aquilo que ainda é possível a você fazer". (Papa João XXIII)
 
Pela Fraternidade Terapêutica O Amor é a Resposta
Rita Lisbôa, Mantovani Lopes de Oliveira e Maria Eugênia da S. Nascimento
Equipe de Redutores de Danos e Educadores do  Centro de Escuta
 
Um abraço carinhoso ao pessoal que faz essas rodas acolhedoras do amor terapêutico. Nossos parceiros há algum tempo.
Rita Lisboa  3222-7633 / 9948-2542
 
 

domingo, 17 de julho de 2011

INTERSETORIALIDADE EM SAÚDE MENTAL : O PIONEIRISMO DE ÁGUA BRANCA


Temos a honra de convidar V. Sª. para participar do I FÓRUM INTERSETORIAL DE SAÚDE MENTAL com o tema: Consolidando a Rede de Atenção Psicossocial, que será realizada no dia 19 de julho de 2011, no Auditório do Centro de Referência de Assistência Social - CRAS.
Programação em anexo.

Att

Thaís Guimarães - Coordenadora e Assistente Social do CAPS Água Branca

O CRAS fica bem no centro da cidade, chegando  podem ligar para Thais que ela irá ao encontro na Igreja da Matriz ou no Famoso Sale na BR. próximo  a praça do Artesão.
Telefone 9966 1011

O POVO Online - Empregos - Profissional da mente

O POVO Online - Empregos - Profissional da mente

sábado, 16 de julho de 2011

COISAS BOAS !!!

Parceria bem sucedida com a Associação das Prostitutas do Piauí - APROSPI. Na foto, a associação estava às dez da manhã de quinta-feira, 14/07 na praça da Bandeira distribuindo insumos junto a técnicos da FMS, coordenação de DST/AIDS. Viabilizamos juntos, Amigo no Ninho e APROSPI apoio a prostitutas que adoeceram, ou adoecem  mentalmente no exercício da ocupação, tentamos o beneficio de prestação continuada (BPC) para as incapacitadas por conta dos sintomas psicóticos, que as deixam  vulneráveis a abusos sexuais e ao risco de DSTs. Grande abraço a estas grandes mulheres.  E ao travesti presente na foto.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

PASSAGENS PARA HILTON

Hilton é um usuário de um hospital de custódia no Amapá, há mais uns seis anos preso. A informação que tenho é que roubou comida da casa de um juiz da cidade. Sem familia, foi recolhido à casa de detenção e até hoje. Abril de 2010, houve um encontro em Brasília sobre saúde mental e o sistema prisional, a então coordenadora piauiense Gisele Martins foi abordada por uma educadora penitenciária Maria José S. de Almeida que portava uma carta do mesmo, pedindo que alguém o ajudasse a voltar para casa, já que sua pena está mais do que paga.
Eu, estava assistente social da gerência, fui encarregada da localização e abordagem da familia, onde no inicio alguns dos irmãos se mostraram temerosos com seu regresso porque segundo eles, Hilton desde criança foi pessoa com transtorno mental, chegou a morar na rua, ser interno do pavilhão infanto juvenil do HAA, hoje CAPS i e na vida adulta desenvolveu grande agressividade, causando muitos dissabores aos irmãos e pais já falecidos. Numa destas confusões com a familia, um dos irmãos o embarcou em um ônibus que o levou ao Amapá. Mas com um trabalho de sensibilização sobre as novas politicas de saúde mental, os serviços que o usuário poderia  se incluir ao chegar em Teresina. Alguns irmão falaram com ele por telefone na gerência de saúde mental. E então chegaram a decisão que o receberiam, familia simples, desprovida de vultosos bens materiais, dependeriam de passagens aéreas cedidas pelo governo.
Infelizmente Gisele Martins não fez seu possível nesse caso. Tantas passagens aéreas ida e volta para delegados e observadores (gestores como ela e algumas enfermeiras de salto alto) que não tomam nenhum partido de nossas dores de usuários. E passagens para outros congressos e encontros de técnicos da gerência. Será que burocracia é mais importante do que gente? Chego a conclusão que quem está na gestão da saúde mental no Piauí de longe é o idealizado "trabalhador de um novo tipo" de Pedro Gabriel Delgado, o trabalhador teórico e engajado politicamente na luta antimanicomial, aquele que entende da confecção do resgate da identidade, da criação de novas subjetividades. Na gestão estão pessoas normais para quem o usuário é uma "categoria", ente abstrato, não é gente,  não é cliente, não é o fim do serviço e nem o produto final. Quem está na gestão só mexe com papel, reuniões com seus pares na hierarquia do serviço, chegando algum caso de "gente" usuário, reencaminha para quem está com o "pé na lama", nos dizeres de um palestrante carioca, no encontro de Serviço Social e Saúde Mental, em junho de 2010, na UERJ, lama somos nós usuários, quem trabalha direto conosco, tem o pé sujinho, sujinho, não dá para usar salto, não!
A penitenciária através de Maria José entrou novamente em contato comigo. Está aqui, em email recebido há minutos atrás. Hilton está de alta novamente e o juiz ( a tal da medida de segurança?) não o libera se a familia não estiver presente. O que fazer? Procurar a familia? E depois?Fizemos um muro às duras penas para Bia, não gostaria de pedir outra vez. Escrever oficios para a insensível da Lilian Martins nem pensar. Pedir em gabinetes de politicos não tenho tempo e nem aguento chá de cadeira. Que fazer? A gerente de saúde mental só tem 17 dias no cargo, minhas colegas que ficaram por lá nehuma é militante, depois minha paciência com gente normal esgotou com estas pessoas.
Só comunicar a gerência relembrando o caso, dos ofícios enviados a secretaria de segurança pedindo as passagens que foram negadas e não foram enviados a outras secretarias como a própria SESAPI. Farei isso. A familia chegou a procurar a gerência ainda este ano, mas sem gerente por tanto tempo para decidir alguma coisa, o caso foi encaminhado a mim, enquanto ONG. ONG sem financiamento algum senão de doações de amigos e do meu próprio pobre bolso.
Bem, se alguém ler estes posts "desesperados" e entende... envie sugestões.

FRANCISCO FAUSTINO JUNIOR

Francisco Faustino Junior é o nome completo da pessoa humana que perdeu sua vida após queimar-se contido (amarrado com tiras de amesclas, uma espécie de jeans) encima de um colchão num quarto de contenção numa enfermaria (pavilhão) do hospital Areolino de Abreu. Estava contido em reclusão porque teria tentado queimar cochões e outros companheiros pacientes. Foi socorrido ainda com vida. Numa unidade para queimados, veio a falecer após menos de 24 horas do ocorrido, hora do almoço segundo o hospital, do dia 12 e segundo a imprensa veio a óbito às 8:20 do dia 13. O almoço é servido às 11:00 ou alguns minutos a mais. Os médicos plantonistas trocavam de plantão, isso acontece ás 13:00 horas, Dra. Isabel trocava com Dra. Olinda. Todos os plantonistas incluindo enfermagem nível médio, se não tiverem dobrando plantão trocam no mesmo horário. Serviços gerais tiram serviço o dia todo. Mesmo na hora do almoço, será que Faustino não gritou? Realmente há uma enorme distãncia dos pavilhões masculinos para o refeitório. Mas como alguém contido (contenção é procedimento médico, precisa ser autorizada no prontuário) consegue pôr fogo em um colchão estando preso a ele?
Estivemos hoje no HAA conversamos com funcionários nível médio, com a direção clínica e ouvidoria, colhemos as seguintes informações: Faustino tinha várias internações, era paciente do PLAMTA, mas também ficava em enfermaria, com diagnóstico de retardo mental leve ( internava-se desde os quinze anos)  e segundo a ouvidora e a irmã Elisete com quem falamos por telefone, podemos considerar que fazia uso leve de álcool, tendo provado outras drogas.
O diretor clínico Dr. Edwirton nos informou da comissão de sindicância formalizada, quis integrá-la, coisa que ele descartou, gentilmente, e informou que o hospital fez todos os procedimentos legais, informou a autoridade policial, isolou o local para perícia que ainda não foi feita. Minha preocupação é com o prontuário, que não desapareça ou seja alterado, peça chave para quaisquer investigação criminal que a familia exija.
Conversei com com Elizete, irmã bastante abalada. Não tenho palavras para reproduzir sua dor, o irmão chegou a perder o pênis por causa das queimaduras. A mãe está internada, a familia se desdobra para cuidarem-se um dos outros. Esperemos que tenham força para buscarem justiça, não foi um simples acidente, uma tentativa de suicídio consumada. Precisamos, nós  técnicos,s ociedade deixarmos de achar "normal" mortes como esta. A irmã diz que a familia tinha bastante confiança no hospital e que Faustino nunca quis frequentar CAPS.





O MUNDO ANTIMANICOMIAL SE MEXE ...

UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS: VAGAS PARA O PIAUI?

A Universidade Aberta do SUS está com inscrições abertas para o preenchimento de vagas em dois cursos de especialização gratuitos em Saúde da Família e em Saúde Mental para profissionais que atuam nos serviços do SUS nos Estados do Piauí, Maranhão, Tocantins e Pará.
Com o objetivo de formar e qualificar os profissionais inseridos na rede de serviços do SUS – Sistema Único de Saúde, acabam de ser lançados pela UNASUS (Universidade Aberta do SUS) – UFMA (Universidade Federal do Maranhão) os editais com todos os detalhes para o preenchimento de vagas nos dois cursos gratuitos, que serão custeados pelo Ministério da Saúde nas áreas de Especialização em Saúde da Família com 750 vagas e Especialização em Saúde Mental com 500 vagas.
“As inscrições encontram-se abertas até o próximo dia 29 de julho. A certificação dos dois cursos será feita pela Universidade Federal do Maranhão e esperamos ter muitos inscritos aproveitando esta oportunidade ímpar de capacitação gratuita e de alta qualidade”, declarou a Coordenadora Geral da UNASUS-UFMA, Profa. Dra. Ana Emília Figueiredo de Oliveira.
A Especialização em Saúde da Família terá duração de 12 meses e carga horária de 420 horas; e destina-se aos profissionais com nível superior, na categoria médico, dentista ou enfermeiro, que atuam na Estratégia Saúde da Família - ESF do SUS; e terá como instituição parceira da UFMA a Universidade Federal de Santa Catarina / UFSC. As 750 vagas deste curso serão divididas entre os seguintes pólos: Carolina (50 vagas), Zé Doca (80 vagas), Caxias (50 vagas), Chapadinha (35 vagas), Codó (20 vagas), Grajaú (20 vagas), Humberto de Campos (20 vagas), Imperatriz (90 vagas), Paulo Ramos (35 vagas), Pedreiras (35 vagas), Porto Franco (30 vagas), Santa Inês (50 vagas), São Luís (100 vagas), Timon (100 vagas) e Viana (35 vagas).
Já o curso de Especialização em Saúde Mental será ministrado em parceria com a Universidade de São Paulo / USP, com duração de 15 meses e carga horária de 420 horas. O mesmo tem como público-alvo: Profissionais da área saúde, com nível superior, que atuam nos Centros de Atenção Psicossocial-CAPS, nas Estratégias Saúde da Família-ESF, nos Núcleos de Apoio a Saúde da Família-NASF e nos demais dispositivos da Rede Assistencial à Saúde Mental do SUS. As 500 vagas deste curso serão divididas entre os seguintes pólos: Carolina (30 vagas), Caxias (60 vagas), Chapadinha (35 vagas), Codó (20 vagas), Grajaú (20 vagas), Humberto de Campos (20 vagas), Imperatriz (50 vagas), Paulo Ramos (25 vagas), Pedreiras (20 vagas), Porto Franco (20 vagas), Santa Inês (35 vagas), São Luís (100 vagas), Timon (20 vagas), Viana (25 vagas) e Zé Doca (20 vagas).
Os cursos serão realizados na modalidade à distância (EAD), com momentos presenciais obrigatórios, no Pólo (cidade) de Inserção do especializando. Mesmo àqueles que possuem pouca familiaridade com o computador podem inscrever-se, pois durante o primeiro mês haverá um treinamento especial com um “passo a passo” com todas as ferramentas que serão utilizadas neste tipo de capacitação, visando o bom desempenho de cada aluno dentro do ambiente virtual de aprendizagem.
Este tipo de modalidade de ensino é uma das que mais crescem em todo o mundo, por possibilitar ao aluno trabalhador o poder de adequar horários disponíveis para estudos e pesquisas em turnos livres. Somente um dia por mês, geralmente aos sábados é que ocorrem atividades presenciais do curso na cidade – pólo do aluno, com datas comunicadas com a devida antecedência, assim como as avaliações de cada disciplina que também serão presenciais.
Outro fator importante e que facilita a aprendizagem, é que UNASUS-UFMA vai fornecer material institucional em DVD, além de monitorar e garantir a conectividade da internet em cada um dos pólos de educação.


Li e não encontrei as vagas para o Piaui??? Alguém tem uma informação melhor que a imprensa?     

FORMAÇÃO EM REFORMA PSIQUIÁTRICA


Uma estratégia neste momento que a Reforma Psiquiátrica recebe ataques com algumas "baixas" em seus preceitos é fomentar cada vez mais a discussão, formação em atenção psicossocial, politização dos trabalhadores. Alguns profissionais de CAPS de Teresina , incluindo psiquiatras, estão de parabéns que mesmo com limitações estruturais se sobressaem no atendimento, na preocupação prática de pensar a autonomia do usuário estabilizado. E nos muncípios, alguns com CAPS recém instalados a necessidade da formação é ainda maior.
Falta formação continuada, a coordenação  ou gerência multidisciplinar nunca foi instalada na FMS. Mas continuamos cobrando no Ministério Público o cumprimento do TAC vencido em janeiro. A Gerência de saúde mental da SESAPI estamos em julho, infelizmente, ainda não promoveu de verdade qualificações que vá além de cursos seminários, de dois dias, num momento que o tema dependência química inunda o cenário da saúde mental tanto que andam esquecendo as pessoas com transtornos mentais.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

OUTRA UESPI?

Segunda-feira, 11 de Julho de 2011.

Escola do SUS formará 1200 novos técnicos em enfermagem

 A escola técnica do SUS capacitará mais profissionais para atuarem na saúde publica do Estado. O curso técnico em enfermagem foi aberto oficialmente na manhã desta segunda-feira (11) na Escola Fazendária. Dentre os presentes, a secretária de Estado da Saúde, Lilian Martins.

A gestora comentou a alegria em poder oferecer à população um curso que objetiva melhorar o atendimento na saúde do Piauí. “Muito mais sólido que um diploma, é a qualificação e humanização que esse profissionais irão adquirir, reforçando a melhoria da saúde no nosso estado”, declarou.

Além das boas vindas e desejos de bom trabalho aos enfermeiros que ministrarão o curso, a secretária reafirmou seu compromisso em discutir o plano de cargos, carreira e salários para profissionais de saúde não médicos. “Como enfermeira, advogada e gestora, não poderia deixar de passar pela Secretaria de Saúde sem levar para a Assembleia Legislativa essa proposta que há tempos a categoria na qual pertenço luta”, reforça.

O curso é voltado para auxiliares de enfermagem, e tem como objetivo capacitar e regulamentar os profissionais de acordo com as determinações e recomendações dos ministérios da Saúde e Educação, formando também uma parceria entre as Secretarias de Saúde e Educação.

O secretário de Educação, Atila Lira, estava representado pelo coordenador de educação profissional da Seduc, Reinaldo Lopes, no qual comentou a prioridade que os governos Federal e Estadual têm em melhorar a educação profissional. “Estamos trabalhando para realizar uma multiplicação dessas qualificações. A escola técnica do SUS está em reforma para atender 1500 novos alunos, nos 27 cursos técnicos oferecidos. Além disso, outros oito serão construídos”, afirmou.

De acordo com a coordenadora da Educação Permanente da Sesapi, Conceição Santos, serão 30 turmas em todo o Estado. “Cada turma é formada por trinta alunos, que terão aulas nas sextas-feiras e aos sábados” explica.

A diferença desse em relação a outros curso oferecidos pela Escola, é que o curso técnico em enfermagem será realizado no próprio município. “Antes os profissionais vinham até Teresina assistir aula na escola técnica, que funciona no mesmo prédio do Premem Sul. Agora, os professores é que serão deslocados até os municípios de cada turma”, reitera Conceição.

As aulas terão início a partir do dia 12 de agosto. A previsão é que em julho de 2012 o Estado já possa somar com esses novos 1200 profissionais capacitados pela escola técnica dos SUS.

Enquanto o Maranhão emplaca uma formação a nivel de especialização para profissionais da atenção básica, NASF e saúde mental, conveniadas com universidades de São Paulo e Santa Catarina, financiadas pelo Ministério da Saúde, estamos ainda na qualificação dos auxiliares de enfermagem para tornarem-se técnicos, a cargo da nossa secretaria de educação, nos fins de semana. Lembrou-me quando ministrei aulas no período especial da UESPI, desisti, porque ficava sempre com pena daquelas senhoras e senhores se sacrificando nas férias, sentados em cadeirinhas de crianças em escolas comuns que serviam de Campus, a gota d àgua, foi um disciplina de Didática de 60 horas/aulas que fiz em uma semana. Não deu mais para pactuar com tamanha falta de qualidade do ensino público.
Esperemos o melhor!

A LUTA ANTIMANICOMIAL CONTINUA !!!

13/JUL/2011 - Sobre as denúncias de mortes por frio em hospitais psiquiátricos de Sorocaba (SP)

Data: 13/07/2011
 Brasão da República 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS

NOTA PÚBLICA

          Sobre as denúncias de que quatro pacientes morreram de frio nos dias 14 de junho e 10 de julho, nos hospitais Vale das Hortênsias e Vera Cruz, na região de Sorocaba (SP), a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República vem a público manifestar o seguinte:

- A argumentação por parte dos administradores desses hospitais, de que essas mortes decorrem da falta de recursos repassados pelo governo federal, via SUS, é inaceitável. Os recursos são suficientes e, ademais, é obrigação do hospital cuidar de todos os pacientes que aceitou acolher em algum momento. Quando esta atenção não é prestada, fica caracterizada a falta de compromisso com a preservação dos Direitos Humanos.

- Há dez anos, a lei 10.216/2001 orienta a política de atenção aos pacientes acometidos de transtornos mentais. A partir da nova legislação, não são mais aceitas instituições como as existentes em Sorocaba, cujo ambiente favorece o crime de tortura e diversas outras violações de Direitos Humanos, como a privação de liberdade, a não convivência familiar e o direito à vivência em comunidade.

- A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República apoiará todos os esforços da prefeitura de Sorocaba e do governo do Estado de São Paulo no sentido de garantir a aplicação da lei 10.216/2001 e todos os direitos destes cidadãos.

- A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República considera graves as recentes denúncias, que se somam às outras, que vieram à tona em abril deste ano, e vai acompanhar de perto as investigações sobre essas mortes. Em parceria com o Ministério da Saúde, temos acompanhado o processo de readequação do modelo de atenção psiquiátrica em Sorocaba. Não vamos descansar enquanto não forem garantidos os Direitos Humanos de todos os usuários de saúde mental no Brasil.
 
Brasília, 13 de julho de 2011

Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

MORRE PACIENTE DO HOSPITAL AREOLINO DE ABREU

O paciente Faustino, de 35 anos, internado no Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu, ateou fogo no colchão em que estava e teve 80% de seu corpo ferido com queimaduras de segundo e terceiro graus, morreu na manhã desta quarta-feira (13/07), às 8h20. Francisco ainda chegou a passar por cirurgia no HUT por conta das queimaduras de 2º e 3º grau.
Ele foi levado para internação para tratamento médico no HUT (Hospital de Urgência de Teresina) e depois transferido para a Unidade de Queimados do HGV (Hospital Getúlio Vargas).
Segundo o Hospital Areolino de Abreu, Faustino sofre de transtornos mentais com tendência de piromania, que manifesta o desejo de tocar fogo nas coisas e poderá ter os braços e pernas amputadas.
A diretora do Hospital Areolino de Abreu, Maria das Graças, informou que o paciente já tinha tentado atear fogo na enfermaria, mas enfermeiros e os médicos conseguiram controlar a situação.
Ele foi isolado dos outros pacientes em uma enfermaria do hospital, foi revistado tomou a medicação prescrita por seu médico.
Mas às 13h de terça-feira, Faustino, com um isqueiro, ateou fogo no colchão atingindo o próprio corpo.
As chamas se espalharam rápido dificultando o socorro. "Na última internação, o paciente tinha tentado colocar fogo na casa de sua família”, informou Maria das Graças, que anunciou a abertura de sindicância para apurar o caso.


Ter tendências piromaníacas não justifica o descuido dos funcionários do HAA, ao contrário, os cuidados deveriam ser redobrados, fuma-se muito dentro dos pavilhões, exatamente como é retratado no livro Canto dos Malditos do Carrano e filme O Bicho de Sete Cabeças. Faustino ( o homem sem sobrenome ) teria tentado o suicídio? Lembram daquela cena do filme, na qual Carrano (Rodrigo Santoro) escapa com vida dos tais quartinhos de reclusão para os mais agitados, depois de por fogo lá dentro, no HAA os pavilhões masculinos, não chamo enfermaria, o modelo é antigão mesmo, são enormes, tem as grades, o que paciente fizer a uma certa distância não há tempo de intervenção, e alguns funcionários são negligentes. Falei alguns, porque fui bolsista estagiária de Serviço Social uns três anos e sei como as coisas funcionam exatamente.
Gostaria que o movimento da luta antimanicomial fosse forte o suficiente para tomar as dores da família e lutar para que este caso não ficasse impune, que a familia seja esclarecida o suficiente para abrir procedimentos no Ministério Público, cobre idenizações do Estado.
Ficamos consternados, poderia ser eu ou quaisquer outra/outro amigo do Ninho.

terça-feira, 12 de julho de 2011

AMBULATÓRIOS DE ESPECIALIDADES EM SÃO PAULO X MORTES EM SOROCABA

Inaugurado em agosto de 2010, o primeiro AME psiquiátrico do país vai aumentar em 70% a capacidade de atendimento até o final do ano e passar a receber 4 mil pacientes por mês
 
Prestes a completar um ano de funcionamento, o Ambulatório Médico de Especialidades - Psiquiatria (AME – Psiquiatria) vem demonstrando ser uma ferramenta eficaz para articular e integrar a rede de assistência entre as diferentes unidades de saúde mental da Zona Norte de São Paulo, onde está localizado. 
 
O ambulatório, que atua em cinco linhas de cuidados: psicogeriatria, álcool e drogas, psiquiatria da infância e adolescência, psicoses e transtornos afetivos e de ansiedade, até maio deste ano, já registrou mais de 33 mil atendimentos, incluindo consultas com psiquiatras, clínico geral, neurologista, enfermeiros, psicólogos e terapeutas ocupacionais. 
 
Resultado de parceria entre a Secretaria da Saúde de São Paulo e os Departamentos de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa (FCM-SCSP) e Universidade de Santo Amaro (UNISA), além do CREMESP e o Ministério Público Estadual, é o primeiro AME destinado ao atendimento psiquiátrico do país. 
 
"Estamos muito empenhados nesse projeto, pois a experiência dos nossos ambulatórios demonstra como essas unidades, integrada à rede de assistência, inclusive leitos em hospitais gerais e especializados, podem melhorar o atendimento médico e psicossocial, além de contribuir para instituir serviços hierarquizados, que atuem em todos os níveis de atenção", afirma Jair Mari, do departamento de psiquiatria de Unifesp.
 
Segundo o diretor técnico do AME, Gerardo de Araújo Filho, o serviço atende em nível secundário de atenção, ou seja, é destinado a pacientes que apresentam quadro clínico mais complexo, mas sem a necessidade de internação. Até o final do ano a unidade vai aumentar em 70% sua capacidade, passando dos atuais 2.400 atendimentos por mês, para 4 mil.
 
“Nosso objetivo é complementar a rede substitutiva de saúde mental, expandindo a oferta de serviços psiquiátricos à comunidade, mas com a presença de critérios para encaminhamento, a necessidade de agendamento prévio das consultas, foco na estabilização clínica e na elaboração de diagnóstico e tratamento”, explica.
 
Ainda de acordo com o psiquiatra, o paciente chega ao serviço somente quando encaminhado pelas UBS, CAPS, Hospitais ou equipes de saúde mental do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) da região. “A assistência em saúde mental no Brasil tem que começar pela atenção básica, onde os casos de transtornos leves e moderados devem ser identificados e encaminhados para o tratamento especializado”.
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 25% da população irá precisar de algum tipo de atendimento em saúde mental no período de um ano.  “Sem o diagnóstico precoce, os pacientes procuram atendimento apenas quando a doença está em um nível mais avançado, o que prejudica o tratamento e o prognóstico”, completa Jair Mari.
 
Além disso, o AME mantém uma parceria com as Unidades de Internação Psiquiátrica em Hospital Geral existentes na região, para fornecer a retaguarda de internação psiquiátrica aos pacientes. Em contrapartida, o ambulatório atende parte dos pacientes recém-saídos de alta dessas unidades, evitando a reinternação.
 
“A implantação de uma rede eficaz de serviços extra-hospitalares é fundamental para reduzir a necessidade de internação. Mas em alguns casos, especialmente nos de doenças crônicas, a internação pode ser necessária. Seja porque o paciente apresenta uma recaída com risco de agressividade ou de suicídio ou porque o tratamento ambulatorial não foi eficaz”, conclui Jair Mari.
 
O ambulatório também oferece, além de atendimento individual, atendimento em grupos e à família, oficinas terapêuticas e atividades voltadas à inserção familiar e social do paciente com transtorno mental, contrapondo-se a um modelo ambulatorial anacrônico com foco exclusivo no tratamento medicamentoso. 
 
“Temos uma conduta terapêutica bem estabelecida, também com atenção psicossocial, mas sem a cronificação da assistência, ou seja, o paciente pertence à rede de saúde mental e não a essa ou aquela unidade de saúde. É fundamental manter a hierarquização dos serviços para atender, de fato, todas as complexidades. A doença mental exige intervenção médica especializada, assim como em qualquer área da saúde”, finaliza Gerardo Filho.
 
 
Então este é o modelo de rede de  saúde mental defendido pela ABP, tendo como principal  estratégia de atendimento os ambulatórios de especialidades? Neste AME piloto extremamente vinculados as escolas de psiquiatria representadas pelas universidades, a nova história de complementar a rede de serviços substitutivos e a velha história dos leitos em hospitais gerais. Enquanto a bicentenária psiquiatria manicomial repassa, via tratamento moral o novo "grande internamento" às comunidades terapêuticas, os loucos infratores terão semi internação nos hospitais de custódia, os CAPS "hipertrofiados" de funções de articular redes de cuidados comunitários, más gestões politicas municipais e ou estaduais na área da saúde mental... continuam continuamente na imprensa os casos de maus tratos e mortes de PESSOAS com transtornos mentais dentro de hospitais psiquiátricos, de frio em Sorocaba, São Paulo e aqui em Teresina, um homem teria ateado fogo no próprio corpo dentro do HAA. Não tenho maiores detalhes.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

QUANDO A IMPRENSA É UMA DROGA !!!

A droga da mídia

Mais do que não se saber o que fazer com o crack, não se sabe falar dele
Antonio Lancetti*


Com honrosas exceções, como a matéria de Eduardo Duarte Zanelato publicada pela revista Época, caderno São Paulo, no dia 27 de março passado e intitulada "Elas tiram as pedras do caminho, a rotina das agentes de saúde que trabalham na cracolândia para convencer os usuários de drogas a se tratarem da dependência", a mídia tem se dedicado a publicar matérias e programas televisivos sensacionalistas e irresponsáveis a respeito do crack.

Muitas equipes de reportagem acompanharam o trabalho de agentes de saúde, enfermeiros e médicos que conseguem romper o cerco que existe entre esses intocáveis e o resto da sociedade. Foram testemunhas da persistência desses trabalhadores do SUS, do conhecimento de histórias de pessoas com vidas difíceis, quando não escabrosas, que são cuidados, que pedem ajuda. Mas não deram uma linha a respeito.


Esses repórteres conheceram homens, mulheres, jovens e crianças que deram um curso inesperado a suas vidas, e estão sendo atendidos pelas equipes de saúde da família ou pelos Centros de Atenção Psicossocial - CAPS Álcool e Drogas e Infantil da Sé, mas preferem divulgar a ideia de que, se você fumar uma pedra de crack, nunca mais se livrará dela, que a pedra custa cinco reais e que por dois reais você pode adquirir outra destilada com querosene ou gasolina chamada oxi. E dá o endereço: Rua Dino Bueno com Helvetia ou seu entorno chamado "cracolândia paulistana".


Depois da carga midiática, a população flutuante que frequenta a região dos Campos Elíseos e adjacências aumentou significativamente. Se durante a semana há centenas de pessoas nas ruas usando crack, durante o fim de semana são milhares. É só conferir.


Em 1979, Gilles Deleuze produziu um texto luminoso que começa afirmando: "Está claro que não se sabe o que fazer com a droga (mesmo com os drogados), porém não se sabe melhor como falar dela" (
Duas Questões, in SaúdeLoucura 3, Hucitec, São Paulo, 1991). Hoje, em 2011, também não sabemos o que fazer com a droga, temos muitas dificuldades para cuidar dos drogados e não sabemos, ou sabemos muito mal falar dela.

Quando alguém se candidata a tratar, cuidar ou, ilusoriamente, salvar essas pessoas, passa a fazer parte de um conjunto-droga: produção, distribuição, consumo, repressão, tratamento... Ser cuidador dessas pessoas requer adentrar em um território complexo, controverso e fascinante.


De que serve o consultório se eles não vão às consultas? Ou as unidades de saúde que abrem às 7 horas da manhã, se a vida nas bocadas invade a madrugada?


Em São Paulo, os profissionais do Sistema Único de Saúde conseguem se vincular com essas pessoas, baseados na práxis do cuidado, na posição ética de defensores da vida e de promotores de cidadania. Mas esses profissionais enfrentam inúmeros obstáculos.


Quanto custa conhecer a biografia de um "noia"? Conseguir que a pessoa tire seus documentos e adira ao tratamento de sua tuberculose, sífilis ou AIDS? Ainda mais quando chegam os guardas municipais, com seus famosos
rapas e deixam essas pessoas sem documento e sem remédios. O afeto dos agentes de saúde colide com o gás de pimenta da GCM Guarda Civil Metropolitana, a truculência da Polícia Militar, a falta de vagas em abrigos, a ausência de locais atrativos para homens e mulheres como um dia foi o Boraceia.

Na edição 56 da revista
Piauí, Roberto Pompeu de Toledo, em "Crianças do Crack", mostrou detalhes da vida de alguns jovens e algumas crianças e o impasse sistemático da metodologia do Serviço de Atenção Integral ao Dependente (SAID), hospital psiquiátrico conveniado com a Prefeitura de São Paulo e que importa um pacote de tratamento norte-americano.

Os meninos e meninas magistralmente descritos nessa matéria lá estão, em sua grande maioria graças ao vínculo de confiança conquistado pelos agentes de saúde, médicos e enfermeiros do Projeto Centro Legal e do Programa de Saúde da Família do Centro da Cidade de São Paulo. Porém, uma vez lá internados, nessa e em outras clínicas, eles perdem o contato com seus cuidadores. A metodologia centrada exclusivamente na internação hospitalar não se relaciona com os universos onde as pessoas vivem e por isso os processos terapêuticos ficam truncados.


É preciso repetir incansavelmente: não é possível enfrentar de modo simplificado problemas de tamanha complexidade.


Não é verdade que se você experimenta uma vez uma pedra de crack se tornará um viciado, essa ideia só funciona como alma do negócio.


Não é verdade que a internação seja "a solução" para o tratamento dos drogados, se assim fosse não haveria nas clínicas pessoas com 30, 40 ou 50 internações.


Também não é verdade que os verdadeiros toxicômanos mudem com qualquer metodologia clínica conhecida.


É preciso ter condições sociais, relacionais, biológicas e institucionais para se transformar em um verdadeiro toxicômano.


Mas cocaína e crack são absolutamente funcionais a uma sociedade que funciona por falta. O efeito fundamental dessas drogas é o da fissura, da falta de drogas e é disso que as pessoas se tornam adictos: da falta do produto e do produto que produz quimicamente falta.


E assim como a sociedade capitalista vive da produção de falta, a mídia vive da produção de notícia ruim. Os espectadores e leitores, transformados em voyeurs, consomem horas de TV e páginas de jornais e revistas.


Mas a formação do caráter do cuidador ensina ao mesmo tempo nunca cantar vitória e procurar os pontos e linhas de vida em qualquer experiência. Vemos que nem tudo está perdido. Enquanto termino de redigir estas linhas, leio na Folha de S.Paulo a entrevista de Paulina Duarte, Secretária Nacional de Políticas sobre Drogas, sob o título "Falar que o País vive epidemia de crack é grande bobagem", no qual pode se apreciar serenidade e seriedade.


Mais além de começar a desmontar essas ideias alarmistas e que incitam ao consumo, a mídia poderia se questionar a respeito da eficácia de sua ação e divulgar com maior cuidado os resultados positivos do trabalho de tratamento dos CAPS - Álcool e Drogas, dos consultórios de rua, da equipes de redutores de danos, dos atendimentos de urgência em hospitais e pronto socorros, etc.


O trabalho das equipes de Saúde da Família do Centro da Cidade de São Paulo precisa ser estudado. Elas são a porta de entrada para um mundo quase impenetrável e se pudessem atuar de modo integrado, sem dúvida, teriam maior eficácia. Nunca esquecendo de que o problema das drogas não é de exclusiva competência da saúde.


As manobras e propagandas contra as drogas só promovem exclusão e incitação ao uso. E por outro lado, como afirmou um enfermeiro que atua na região, a cracolândia é o lugar mais democrático da cidade, ali qualquer um é aceito.


Divulgando cada passo positivo, valorizando o trabalho desses cuidadores, a mídia provavelmente não faria bons negócios, mas contribuiria para uma das mais preciosas tarefas da construção da democracia: a de tratar como cidadãos os nossos piores congêneres.


*Psicanalista, autor de Clínica Peripatética (Editora Hucitec). Morador do bairro Campos Elíseos, em São Paulo, próximo à cracolândia.
 



domingo, 10 de julho de 2011

CONGRESSO ESPIRITA (KARDECISTA) DO PIAUÍ

O 6º Congresso Espirita do Piaui aconteceu dias 1, 2 e 3 de julho, com a temática o Homem no Mundo, convidada por um amigo cuidador, Coronel J. Oliveira, vice presidente da Federação Espirita Piauiense, bastante cansada por conta da luta para construir o muro para Biatriz, estive presente no evento, como sempre militante, levando na prática um dos princípios do Amigo no Ninho que é de patrocinar o ativismo social em saúde mental no seio de movimentos sociais e religiosos.
Os kardecistas ou adeptos da doutrina espirita codificada por Allan Kardec no século XIX,de cunho cristão, científico e filosófico, por aqui ainda são bastantes resistentes a abordagem da saúde mental numa perspectiva mais inclusiva, de aceitação da vivência de uma possibilidade de manifestação de uma outra forma de subjetividade humana, existe um determinismo quase que dogmático que todos os transtornos mentais sejam manifestação de obssessão ou seja, que espiritos desencarnados ( pessoas que já morreram) molestem as pessoas a ponto de a levarem a loucura. O lado bom é que a obssessão tem cura: terapêutica espirita da fluidoterapia (passes e água fluidificada junto a sessões de desobssessão), reforma íntima do encarnado (pessoa viva), que passa a cultivar bons pensamentos, ações e vivências mais espiritualizadas em suas vidas. Mas meu questionamento é que curada a obssessão continuamos passíveis de crises mentais, qual o espaço na casa espirita de apoio a estas pessoas? Nenhum, não existe nenhum.
Dois exímios palestrantes Francisco Cajazeiras ( CE),  vendeu 40 volumes do seu livro, Depressão doença da alma: as causas espirituais da depressão, editora EME, São Paulo,  numa edição de 2007 e vários DVDs com palestras suas sobre a temática e  José Spencer Junior (PE) vendeu mais trinta volumes de dois outros títulos sobre depressão e tristeza, em um só dia, não deu nem tempo para anotar os nomes dos livros. O meio espirita valoriza bastante o discurso médico, a abordagem da Reforma Psiquiátrica é quase impossível por aqui, que alguém como eu, ex paciente de hospital psiquiátrico, paciente de suas salas de passes possa fazê-la. Derrubar esse muro tem sido bem mais difícil que foi construir o muro de Biatriz, o qual contei com preciosa e sensível ajuda de coronel J. Oliveira.
Em quase todas as falas falou-se em saúde mental, a última palestra abordou a questão do suicídio, uma das abordagens mais suave que já ouvi por orador espirita, o jovem palestrante do Rio de Janeiro, André Trigueiro Mendes, é voluntário do CVV.
Consegui abordar os palestrantes que venderam todos seus livros, pedindo ajuda para convencimento da comunidade espirita piauiense da criação de grupos de apoio em saúde mental nos centros espiritas... mas deu vontade de pedir um pouquinho do lucro para nossas atividades com pessoas com transtornos mentais mais graves que depressão, psicóticos crônicos que atendemos quase que diariamente.

sábado, 9 de julho de 2011

VITÓRIA DAS COMUNIDADES TERAPÊUTICAS NO GOVERNO DILMA

Aprovada norma para Comunidades Terapêuticas


Resolução da Anvisa vai reforçar o apoio e assistência a dependentes químicos
A Anvisa aprovou uma norma que vai reforçar o apoio no tratamento das pessoas que tentam se livrar das drogas e precisam retornar ao convívio social. Foi publicada, nesta sexta-feira (1/7), a Resolução RDC no 29, que trata das instituições que prestam serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas.

Conhecidas como comunidades terapêuticas, esses locais oferecem aos dependentes químicos um ambiente de convívio livre das drogas e a oportunidade de adotar novos hábitos de vida. Até então, não havia uma norma específica para o funcionamento das comunidades terapêuticas. As entidades que trabalham com dependentes químicos tinham que se adequar às normas gerais de serviços de saúde. Para o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, este é um passo decisivo na política de saúde. “Fizemos uma norma que ampara uma ação prioritária do governo que é o combate às drogas”, enfatiza Barbano.

A nova norma traz requisitos mais adequados à realidade das comunidades terapêuticas. As instituições precisarão ter um profissional de nível superior como responsável técnico, mas este profissional não precisará ser de alguma área específica da saúde.

Também foi instituída uma ficha individual para cada interno das unidades. Esta ficha trará dados sobre a rotina de cada um, atividades físicas e lúdicas, informações sobre rotinas de estudo e atendimento às famílias, entre outros.

Para a diretora da Anvisa, Maria Cecília Brito, as comunidades terapêuticas têm uma importância social enorme e, por isso, a norma vai ajudar a organização deste tipo de espaço. “Em boa parte das vezes são instituições mantidas por pessoas voluntárias que dedicam a vida ao resgate de jovens. Assim, as exigências sanitárias tem que ser compatíveis com o trabalho que realizam”, destaca Cecília.

As comunidades terapêuticas não têm caráter de assistência à saúde. Pessoas que precisem de serviços de saúde não poderão ser admitidas nestes locais se o serviço não for oferecido pela instituição.

Principais pontos da Norma:
• As instituições abrangidas por esta Resolução deverão manter responsável técnico de nível superior legalmente habilitado, bem como um substituto com a mesma qualificação;
• Cada residente das instituições abrangidas por esta Resolução deverá possuir ficha individual em que se registre periodicamente o atendimento dispensado;
• Fica vedada a admissão de pessoas cuja situação requeira a prestação de serviços de saúde não disponibilizados pela instituição;
• As instituições devem explicitar em suas normas e rotinas o tempo máximo de permanência do residente na instituição;
• As instituições devem garantir respeito à pessoa e à família, independentemente da etnia, credo religioso, ideologia, nacionalidade, orientação sexual, antecedentes criminais ou situação financeira;
• As instituições devem garantir a permanência voluntária;
Outras informações com a Anvisa
Atendimento à Imprensa
(61) 3462-6710
 
Email de Lúcia Rosa
 
Atentem: pela resolução 29 as CTs podem, mas não são obrigadas a oferecer serviços médicos para comorbidades psiquiátricas. Isto no frigir dos ovos manterá nos hospitais psiquiátricos os dependentes químicos que enlouquecem, mas ao mesmo tempo, paradoxalmente de alguma maneira, levando em conta que os métodos utilizados nas CTs não são considerados científicos, tira das mãos de polvo da psiquiatria a "doença da dependência química". Esperemos!
 

quarta-feira, 6 de julho de 2011

MURO DE BIATRIZ

Para quem acompanha o blog, Bia é figurinha destacável em nossos posts, amiga do Ninho, faz parte de nossa diretoria, companheira em várias intervenções, tem um temperamento mais tranquilo que o meu. Acaba de sair de uma longa internação integral no Hospital Areolino de Abreu, um mês e três dias. Igual a mim, anos atrás, chegou em casa hoje, com marcas de pancadas visíveis pelo corpo. Conta ela que apanhou ontem de "uma doida" que dizia que ela colocava cobras em suas costas. Imaginem, que bizarro! Grades, mulheres fumando sem parar, delirando, andando a esmo dentro do pavilhão e você com consciência de realidade, sem ter como escapar da agressividade ou atração sexual de outra paciente numa crise mais aguda?
A equipe do Ninho mobilizou-se durante o tempo da internação para construir um muro a frente da casa de Bia, um casa de tipo embrião (sala, banheiro e cozinha) do Renascença I ainda sem muro na frente de dez metros. Fizemos uma campanha entre amigos na internet e vizinhos. A mãe já tinha tijolos e pedras. Arrecadamos, não sem muitos e penosos esforços o suficiente para pagarmos o restante do material de construção, mão de obra e portão. Parecia impossível, não temos militantes para levar ofícios a instituições como sindicatos ou similares e orgãos da assistência social, a mãe, pessoa sem esclarecimentos, não conseguia ajudar o necessário. Esperançosos que depois de uma internação tão longa, encontrar algo de diferente na sua casa simples, um muro que a protegerá da rua, deixando-a mais tranquila de uma visibilidade ruidosa da avenida da frente de sua casa, ajudaria na remissão continuada dos sintomas.

Cansaço extremo toda a "operação". Mas o muro está feito. Agradecemos nossa equipe invisível e a todos que contribuiram com moedas de 1,00 a notas de cem reais por transferência eletrônica. Acredito que construimos mais que um muro de tijolos, mas um conjunto de perspectivas para Bia e família, no sentido da autoestima, numa construção em suas vidas céticas, descrentes de dias melhores. Ajudamos a (re) construir sonhos. Os vizinhos xingados pela Bia em crise, a abraçaram na chegada, numa recepção nunca vista antes, em outras internações. O muro fez bem a todos.
Infelizmente a foto do muro pronto, não carregou. Posto outra hora.

PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.