sábado, 27 de setembro de 2008

PROCURA-SE DOÍDO COM JUÍZO!

É possível, medicados, com os sintomas em remissão. Somos capazes de estudar, e sermos bons alunos, trabalhadores competentes, pais, mães, só é necessário oportunidade e que esta sociedade nos dê também as cotas, condições também especiais, adaptadas as nossas limitações. É justo.

Mais uma eleição municipal, com vários candidatos que vêm da área da saúde, até médicos da área da saúde mental, mas não se ouve nenhuma proposta para saúde mental. Construção de mais CAPS, imprescindivelmente um CAPS- i, sem aspecto hospitalar, mais ligado a reabilitação psicossocial de crianças e adolescentes em idade escolar, CAPS 3, ainda corremos para urgência do HAA (graças a Deus!). Eu não tenho muito tempo de ver os programas eleitorais e parece que não houve comícios em meu bairro até agora. Mas não ouvi ou vi nada relacionado, ou muito menos um candidato ligado ao movimento de usuários. Gostaria de ver!

Mas essa introdução é para divulgar dois importantes serviços existentes em Teresina, que passa despercebido para muita gente que vive com transtorno mental:
APOIO PARA ESTUDANTE COM DEFICIÊNCIA (informativo divulgado por jornais e endereçado às coordenações dos cursos na UFPI)
...O estudante com deficiência que necessitar ou desejar de um monitor para acompanhá-lo, nas atividades acadêmicas, durante três horas/dia, durante o curso de gradução. Esse monitor tem a remuneração de uma bolsa de 200, 00 reais.
Geralmente esse serviço é utilizado principalmente pelos alunos cegos. No caso do transtorno mental, o aluno tranca o curso. Acho importante uma mudança de cultura, um aluno monitor, para o transtorno mental poderia ser brevemente orientado por uma equipe de CAPS ou movimento de usuários, o Ninho se dispõe a isso.
Contatos e informações sobre o serviço:
SG 14 (referência em frente R.U) Fones:3215-5645 ou 3215-5642 E-mail:cacom@ufpi.br

SINE
Projeto:" Trabalho para todos"
Uma funcionária me informou que este projeto encaminha pessoas com deficiências para o mercado de trabalho, empresas privadas, é preciso ter alguma formação específica, ensino fundamental, médio ou mesmo superior, conhecimentos de informática, etc.
Documentos:
- CTPS
- Identidade
- Certificado de cursos, se houver.
- PCD (pessoa com deficiência), precisa de laudo médico
No caso do transtorno mental, mas uma quebra de cultura, ou luta contra o estigma e preconceito sobre a incapacidade do louco e periculosidade, seu atestado tem que constar que você está ou esteve em tratamento psiquiátrico e está em plenas condições de sanidade mental.
Fui informada que nunca houve um encaminhamento
Endereço: Av. José dos Santos e Silva esquina com Davi Caldas
Fones: 3221-3075/3221-2941/3221-2940

Épreciso acreditar que temos direitos a uma cidadania conquistada por nós. Não a uma cidadania tutelada.

domingo, 21 de setembro de 2008

ANDANÇA : com Ismênia Reis


"Minha vida é andar..."

Não é por este país, como Luís Gonzaga. Minhas andanças são pelos diversos grupos sociais de minha terra: espaços humanos, cuja geografia aguça minha intuição, na busca de desvendar o mistério do ser humano e de favorecer a expressão que se queda adormecida no fundo de cada um de nós.
Andança é um antigo projeto de relatar as experiências de Biodança e Educação Biocêntrica ao longo de 24 anos de trabalho com os mais diversos grupos de pessoas. Grupos institucionais, grupos
de pessoas com transtornos mentais, grupos de professores, de alunos, crianças da periferia, educadores sociais, estudantes universitários e grupos de terceira idade.

"Tenho visto tanta coisa neste mundo do meu Deus": da dor intensa à alegria inocente, do grito de raiva à explosão do amor, dos gestos despedaçados à dança plena de harmonia. Dentro e fora dos grupos de Biodança, mas sobretudo neste espaço destinado à indução da vivência biocêntrica.

Ismênia Reis

Mestra, trechos iniciais do seu livro, Andança pelos Caminhos da Educação Biocêntrica (EcoCópia,2008). Há pessoas que nascem com um dom, Professora Ismênia nasceu com um dom de ser fada, fada que dança. Uma dança que faz o corpo "filosofar", o cérebro vivenciar suaves expansões da consciência. Serena a mente e a alma sai levada pelo vento. Meu muito obrigada pela serenidade em meu coração, cabeça, tronco e membros, provocada pelas vivências tão bem conduzidas por sua sensibilidade, energia e vigor, neste final de semana.
Mais sobre Biodança, o link está aí ao lado.

sábado, 20 de setembro de 2008

I Congresso Brasileiro de Saúde Mental

Congresso Brasileiro de Saúde Mental
3, 4 e 5 de Dezembro de 2008 • Florianópolis • Santa Catarina

Link para I Congresso Brasileiro de Saúde Mental

http://www.congressodesaudemental.ufsc.br/

O evento tem como objetivo promover, historicamente, as aproximações necessárias entre os diversos atores sociais, os usuários, os familiares, os profissionais e os acadêmicos que fazem deste campo de práticas e saberes um dos mais vibrantes no âmbito do Sistema Único de Saúde. A realização do I CONGRESSO BRASILEIRO DE SAÚDE MENTAL atende a uma necessidade na perspectiva da consolidação de um sistema de saúde que tem como princípios a integralidade, a universalidade de acesso e a descentralização.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A DEPRESSÃO PARA ALÉM DA SEROTONINA


Na faixa do militante: A normalidade não existe.
QUANDO O CUIDADOR É PACIENTE...
Durante dois anos e meio que passei como estagiária extra-curricular, bolsista, no plantão de urgência do Hospital Areolino de Abreu, omiti o fato de ser ex-paciente, em parte para me proteger dos preconceitos, em parte porque realmente na época eu nem sabia da existência de movimentos de usuários, movimento antimanicomial, etc. Não havia em mim uma consciência de "loucura" enquanto subjetividade, que vai além da concepção de doença, elaborada por uma noosologia psiquiátrica, de difícil classificação clínica, porque ainda não há parafernália eletrônica que detecte transtornos mentais, este ou aquele. Ainda estamos nas mãos dos bons ou maus psiquiatras.
Nessas minhas experiências próximas aos profissionais atuantes na área, tenho vários fatos a relatar em relação a percepção e convivência destes com colegas "pacientes", que tomam um ansiolítico "fraquinho", aqui, acolá. Há sempre uma necessidade de esconder. Geralmente alguns colegas de trabalho são mais hipocondríacos. Observe. Tem sempre alguém dizendo que sente uma dorzinha, gastrite que piorou, sinusite, cólicas menstruais... mas ninguém diz logo pela manhã: _ Gente, tou num surto psicótico. Ou _ Acho que meus sintomas bipolares estão agindo, meu humor tá oscilando...
Marta Evelin, Terapeuta Ocupacional, corajosa mulher antimanicomial, estará na palestra, A Depressão para além da Serotonina, junto a antropóloga e psicanalista Lídia Noronha e o psiquiatra Rhalf Trajano, falando não como profissional, mas como usuária, pessoa que vive com este transtorno, no próximo dia 16, terça-feira, às 16:00 horas, no auditório Noé Mendes, na
Universidade Federal do Piaui.
O evento faz parte do projeto Cajuína Sociológica, do renomado professor Francisco Junior. Imperdível.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

ESCOLA INCLUSIVA E A CRIANÇA QUE VIVE COM TRANSTORNO MENTAL


Em Teresina temos um CAPS i (Centro de Atenção Psicossocial Infantil), uma das modalidades de tratamento na comunidade, preconizado pela Reforma Psiquiatra. O CAPS i Martinneli Cavalca, foi instalado antes da implantação de outros tipos de CAPS aqui no Piauí. Pertence ao Secretaria de Saúde do Estado, em vez do município a quem cabe executar esta política. Somente em 2006, foi regularizado enquanto CAPS, antes era mais um anexo do Hospital Areolino de Abreu, o que culturamente não deixou de ser. É o único centro de referência em saúde mental destinada a crianças e adolescentes pelo SUS.
Presta um serviço ambulatorial, com acompanhamento psiquiátrico (medicamentoso), psicológico, fonoaudiológico e infelizmente, não há na equipe pedagogos, psicopedagogos, ou qualquer outro especialista em educação. Parece ainda que se trabalha na concepção centrada na doença. Esquece-se que este indivíduo está em idade escolar, que tem potencialidades e capacidades a serem desenvolvidas, levando em conta as limitações do transtorno, como no caso de quaisquer outra criança portadora de necessidades especiais, como os cegos e surdos. Diga-se de passagem que em Teresina o CAS e o CAP, centros de apoio para surdos e cegos fazem excelente trabalho. São instalados em ambientes que mais parecem escolas que hospital. E trabalham também nas limitações das políticas públicas, com voluntários, serviços prestados, etc.
Constantemente pessoas ligadas as escolas públicas, estaduais ou municipais nos procuram com queixas, indignação, desconhecimentos de onde e como encaminhar crianças diagnosticadas ou não, para um serviço psiquiátrico, que ofereça um acompanhamento terapêutico e apoio pedagógico de qualidade para que estas crianças permaneçam em sala de aula regular, com aproveitamento e qualidade de vida pessoal.

PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.